O Bloco de Esquerda realizou neste sábado um comício em Riba D'Ave. Nesse comício, Francisco Louçã falou sobre o desemprego, a troika e a Grécia.
O dirigente do Bloco de Esquerda começou por lembrar que o Governo diz agora que não sabe porque é que o desemprego está a aumentar e questionou: “Então acabaram de votar, com o apoio aliás do Partido Socialista, uma lei para facilitar os despedimentos. Para correr com as pessoas basta clicar. Então não esperavam que o desemprego aumentasse?”
“Mas os homens da troika, vejam bem de que massa eles são feitos, têm uma teoria completa: Se há desemprego em Portugal a culpa é vossa, é porque os salários são altos de mais. Que descaramento.”, destacou o deputado do Bloco e frisou: “Esse descaramento mostra-nos alguma coisa, que temos que aprender: Eles não param nunca. Eles têm uma política, uma atitude: atacar sempre os de baixo. os de cima ficarão melhor, os de baixo ficarão sempre pior.”
Sublinhando que é importante “olhar para a Grécia”, Francisco Louçã lembrou que a política da troika tem lá mais um ano que em Portugal, considerando que devemos ver na terrível situação grega atual, a situação que enfrentaremos daqui a um ano.
“Durante um ano os gregos não fizeram muito, ficaram espantados com o que se estava a passar. Aceitaram perder o 13º e o 14º mês, aceitaram baixar as reformas, aceitaram perder hospitais, aceitaram aumentar os custos das escolas, foram aceitando e depois começaram a revoltar-se”, referiu o coordenador da comissão política do Bloco, acrescentando que o povo grego concluiu “que era preciso lutar e nós precisamos dessa atitude em Portugal”.
Francisco Louçã sublinhou que na Grécia dois partidos tinham normalmente a maioria dos votos, tal como acontece em Portugal com PSD e PS, e que nas últimas eleições “tiveram uma catástrofe eleitoral porque o povo votou para acabar com o memorando e correr com a troika”.
Referindo-se às próximas eleições legislativas na Grécia, que terão lugar a 17 de junho, Francisco Louçã destacou:
“Agora vai haver novas eleições e como sabem pode haver, não sei se haverá, pode haver a vitória, pela primeira vez na história europeia das últimas décadas, de um partido de esquerda para fazer um governo de esquerda, para vencer a troika e para juntar toda a esquerda que queira governar. Sensatamente, mobilizando os recursos do país, recusando a austeridade, recusando a troika, negociando com a Europa em condições de igualdade, para que todos possamos lutar contra o desemprego e contra a bancarrota que se está a viver. Esse partido, é um partido de esquerda como o Bloco de Esquerda, com o qual temos de há muito tempo as melhores relações. Estaremos profundamente empenhados na campanha desse partido!”