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É “lamentável” que governos continuem a aplicar programas de ajustamento errados
À margem da Cimeira Alternativa, que se realizou em Atenas, com o tema "Acabar com a austeridade antes que a austeridade destrua a democracia”, Catarina Martins adiantou que o relatório do Fundo Monetário Internacional conhecido na passada quarta-feira veio provar que “há instituições que erraram e não querem assumir as suas culpas”.
“O atira culpas entre o Banco Central Europeu a Comissão Europeia e o FMI a que assistimos nos últimos dias sobre o erro no programa de ajustamento grego é particularmente lamentável”, declarou a líder bloquista, referindo que o referido relatório esteve no centro do debate dos ativistas que participaram no encontro em Atenas.
Catarina Martins criticou ainda que se reconheça que “os programas de ajustamento estão errados” e depois “continuar a aplicá-los tal como estão desenhados”, o que “mostra a necessidade de uma Esquerda com força”.
“Reconhece-se que o plano grego tem erros, mas as opções dos governos tem sido continuar esses mesmos programas com erros. E isso é inadmissível, é um ataque aos povos”, acrescentou.
A responsável do Bloco disse que “são precisos governos fortes que retirem consequências destes erros e que adotem uma nova política que passe pela renegociação da dívida e pelo fim dos programas de austeridade”, adiantando que esta foi a principal conclusão de uma reunião do Partido da Esquerda Europeia que decorreu à margem da cimeira.
Um relatório do FMI reconheceu na quarta-feira que o primeiro plano de resgate da Grécia em 2010 se saldou por “falhanços notáveis”, devido a previsões de crescimento demasiado otimistas e a desacordos internos na 'troika'.
“Houve fracassos notáveis. A confiança dos mercados não foi restabelecida (…) e a economia foi confrontada com uma recessão bem mais forte do que estava previsto”, indicou o FMI.
Mais de duas dezenas de ativistas e sindicalistas portugueses participaram na Cimeira Alternativa, que terminou hoje em Atenas, e tem como tema central o regime de austeridade imposto na Europa.
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