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EUA: Decretado estado de emergência devido a acidente nuclear

Um armazém de resíduos nucleares em Hanford, no estado de Washington, nos EUA, entrou nesta terça-feira em estado de emergência após o colapso de um túnel que contém material radioativo.
O acidente ficou a dever-se ao afundamento de um túnel. Foto Shaun Tandon/ Flickr

De acordo com informações prestadas pelo Departamento de Energia, não foram acionadas até ao momento medidas de emergência para os habitantes dos dois condados mais próximos da instalação nuclear, onde residem cerca de 280 mil pessoas.

O Departamento de Energia norte-americano informou que na altura do acidente “não havia trabalhadores no túnel”, que é utilizado para transportar resíduos nucleares e onde trabalham cerca de mil pessoas.

Centenas de trabalhadores receberam ordens para se abrigar e as primeiras informações indicam que não houve vítimas e até ao momento não se verificou um aumento da radiação na área.

O maior armazem de resíduos dos EUA

O armazém nuclear do complexo de Hanford contém 211 mil metros cúbicos de resíduos e foi construído durante a 2ª Guerra Mundial com o intuito de produzir o arsenal nuclear dos Estados Unidos como, por exemplo, a bomba de Nagasaki.

Neste momento, este é o maior armazém de resíduos nucleares militares do país. Em 2007, tinha dois terços dos resíduos de alta radioatividade dos EUA.

Randy Bradbur, porta-voz do Departamento de Ecologia de Washington, disse à agência Associated Press que o acidente ocorreu num local conhecido como Purex, no meio do complexo nuclear, situado a cerca de 320 quilómetros a sudeste de Seattle.

Os trabalhadores da área foram retirados e os restantes receberam ordens para abandonar o local, fechar as janelas e não beber ou comer nada até se confirmar que não há fuga radioativa.

A agência France Presse cita, por seu turno, o Departamento de Energia para noticiar que segundo inormações recolhidas junto dos trabalhadores o acidente ficou a dever-se a um deslizamento de terras dentro do túnel onde estão enterrados vagões com material nuclear.

De acordo com a France Presse, a falha que esteve na origem do acidente foi detetada no decurso de uma avaliação de rotina dos túneis que cujo cumprimento atinge centenas de metros.

Em declarações ao Expresso, o coordenador do Movimento Ibérico Anti-Nuclear (MIA), António Eloy, disse que "apesar de aparentemente não ter havido fuga radioativa, este acidente tem uma gravidade descomunal e mostra os imponderáveis que estão ligados a centrais nucleares e armazéns de resíduos nucleares".

Refira-se que o MIA tem desenvolvido várias ações destinadas a encerrar a central nuclear de Almaraz, em Espanha, e constesta a construção do armazém de resíduos radioativos, que se situa a cerca de 100 quilómetros da fronteira portuguesa.

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