Francisco Louçã

Francisco Louçã

Professor universitário. Ativista do Bloco de Esquerda.

Há este ano uma particularidade, de que o Governo cuida minuciosamente: a preparação das europeias. Capturando a agenda do PSD e dos liberais, as eleições ficam no papo.

Há várias teses concorrentes para explicar o empenho do PS em recusar carreiras dignas e assim destroçar o SNS. Uma é a porta giratória, que serve a alguns.

A política atual é o inferno e, se a solução fosse o milagre de mais oferta privada, seria fácil perceber o que iria ser construído, casas de luxo para norte-americanos ricos.

Metade da população mundial vai votar no próximo ano e, pela primeira vez na história da Humanidade, pode vir a ser alvo de tecnologias que determinem o discurso da eleição.

A imersão na colmeia digital já conseguiu resultados potentes. A vida virtual é uma ansiedade, altera-nos a noção de tempo, promove a multiplicidade de tarefas.

O pesadelo de saber tudo sobre toda a gente é um grande objetivo comercial e é de lembrar 
que esta é uma realidade que a história do capitalismo moderno nunca conhecera até hoje.

As previsões do BCE estavam erradas quando Lagarde e os Governos europeus garantiram que a inflação era um fenómeno “temporário” e, após verificarem o desvio, continuaram a prever que ia baixar.

Algumas das razões para as oscilações nas lideranças na América Latina podem ser medidas por dois exemplos de tiranos, o de Salvador, Nayib Bukele, e o da Nicarágua, Daniel Ortega.

Javier Milei é o surpreendente vencedor das eleições primárias argentinas. No estilo, é uma imitação superlativa de Trump e Bolsonaro. No conteúdo, é portador de um liberalismo arrasador.

O livro de Copérnico, “esse mesmo”, a ciência que resultava do pensamento livre baseado em factos, só foi autorizado pelo Vaticano cerca de 300 anos depois da sua publicação.