Esther Vivas

Esther Vivas

Ativista e investigadora em movimentos sociais e políticas agrícolas e alimentares. Licenciada em jornalismo e mestre em sociologia.

Site pessoal: http://esthervivas.com/ Escreve regularmente em publico.es: http://blogs.publico.es/esther-vivas/

A Telepizza diz-nos que o “seu” segredo está na massa. No entanto, a fórmula do sucesso da Telepizza não se encontra na massa mas sim nas precárias condições dos trabalhadores, na baixa qualidade dos seus ingredientes e numa agressiva publicidade de ofertas e promoções.

No dia internacional da luta camponesa, recordamos a história da Via Campesina, o maior movimento internacional de pequenos agricultores, trabalhadores rurais e camponeses sem terra.

Caminhamos para um mundo com mais comida menos diversidade e maior insegurança alimentar. A “dieta globalizada” é resultado de uma “produção-distribuição-consumo globalizado”, onde não contam nem os camponeses nem os consumidores.

Associamos a compra no supermercado a modernidade, autonomia, escolha livre, mas há poucos locais no mundo, dos que fazem parte da nossa vida quotidiana, tão controlados e monitorizados como estes estabelecimentos.

Precisamos comer tanta carne? Que impacto tem no meio ambiente? Que consequências para o bem-estar animal? Para os direitos dos trabalhadores? E para a nossa saúde?

Dizem-nos que comer peixe é do melhor. Mas, comer peixe é assim tão saudável? É mesmo benéfico para nós e para o meio ambiente? Que efeitos tem nos fundos do mar e nas espécies marinhas? E nas comunidades locais? Quem sai a ganhar com a sua crescente procura?

Parece que não nos deixam opção. A Comissão Europeia assim o impôs este mês quando decidiu aprovar, apesar da recusa da maior parte dos países membros, o cultivo de um novo milho transgénico na Europa: o TC1507 do grupo Pioneer-DuPont.

O amor converteu-se em objeto de marketing. São Valentim é o melhor exemplo, no dia dos namorados.

A Coca-Cola de felicidade compartilha bem pouco. Se pensam que não, perguntem aos sindicalistas perseguidos, e alguns, até sequestrados e torturados em diversos países ou às comunidades da Índia que ficaram sem água após a saída da companhia. Para não falar da péssima qualidade dos seus ingredientes e do impacto na nossa saúde.

Significa tomar o controle sobre os nossos hábitos alimentares e não delegar. Ou por outras palavras, significa ser soberanos, poder decidir, quanto à nossa alimentação.