Uma auditoria "para tornar claro o que é opaco"

15 de novembro 2011 - 19:21

Um grupo de 274 cidadãos convocou para 17 de dezembro uma Convenção em Lisboa para instituir um processo de Auditoria Cidadã à Dívida Pública. "Auditar a dívida é urgente. É em nome da dívida que está a ser imposto o declínio à sociedade portuguesa", disse o economista José Maria Castro Caldas no lançamento da iniciativa.

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Esta terça feira foi publicamente apresentado o apelo que convoca a Convenção de Lisboa para formalizar uma Auditoria Cidadã à Dívida, subscrito por 274 pessoas. Para além de Castro Caldas, estiveram presentes na conferência de imprensa Ana Benavente, António Carlos Santos, José Guilherme Gusmão, Manuel Carvalho da Silva, Ramiro Rodrigues e Raquel Freire.



"Se o Estado incumpre com os pensionistas e os trabalhadores, por que deve cumprir escrupulosamente e até à exaustão todos os compromissos com os credores?", perguntou Castro Caldas, citado pelo Jornal de Negócios, defendendo que "estes credores não se devem sobrepor a todos os outros".



Esta Convenção terá como objetivos apresentar aos cidadãos os instrumentos de fiscalização, debater as alternativas para resolver o problema da dívida pública e tornar transparente o processo de endividamento do Estado português.



Os subscritores deste apelo querem que a Convenção de 17 de dezembro estabeleça a organização do processo de auditoria cidadã, através da análise de experiências semelhantes noutros países e articulando-se com elas, "nomeadamente as da Grécia e Irlanda". Estes cidadãos querem ainda  "procurar o apoio técnico junto das organizações que à escala internacional têm vindo a acumular conhecimento no domínio das auditorias" e encontrar formas de financiar o processo da auditoria cidadã à dívida portuguesa.