Os sindicatos franceses esperam uma adesão “corpulenta” para o segundo dia de greve no sector dos transportes, que continua esta quarta-feria a afectar sobretudo o sector ferroviário e as redes urbanas.
A rede de comboios regionais de Paris (RER) e as linhas ferroviárias de grande velocidade (TGV) registam quebras de 30 a 70 por cento no número de composições em circulação, segundo os dados divulgados pelos principais sindicatos ao princípio do dia.
Pelo contrário, o segundo dia de greve está a afectar menos o tráfego aéreo. No tocante ao tráfego de e para Portugal, apenas um voo da TAP para Paris foi cancelado de manhã.
Em Paris, a circulação foi “quase normal” no metropolitano e houve uma melhoria na RER B, uma das cinco linhas de transportes rápidos que serve Paris, com um comboio a circular em cada dois que deveria haver, indicaram as empresas de transportes.
Na empresa autónoma de transportes parisienses RATP, assembleias gerais de trabalhadores decidiram que a greve prosseguiria esta quarta-feira, explicou a central sindical CGT.
Os ferroviários também devem reunir-se esta quarta-feira, para debater o seguimento a dar às mobilizações do dia 12.
As greves foram convocadas por tempo indeterminado pelas confederações sindicais, em sectores vitais como os transportes, combustíveis e operações portuárias, em protesto contra o novo regime de reformas.
A quarta jornada de protesto desde Setembro foi aberta na terça-feira, com 244 manifestações em toda a França, com os sindicatos reclamando uma participação de 3,5 milhões de pessoas em todo o país e a polícia a adiantar 1,2 milhões.
Os protestos de terça-feira marcam, mesmo pelos números das autoridades, um aumento sensível de entre 15 e 25 por cento dos manifestantes, em relação à jornada de protesto de 23 de Setembro.
O novo regime de reformas foi aprovado a 15 de Setembro, na Assembleia Nacional e está actualmente em análise no Senado.
A contestação mantém-se também nas escolas
Esta quarta-feira de manhã,135 liceus estavam com perturbações no seu funcionamento, reconheceu o ministério da Educação Nacional: boicote às aulas, tentativas de boicote, concentrações de alunos e distribuição de panfletos.
No dia anterior, a perturbação tinha afectado 357 liceus, segundo o ministério, 800 de acordo com a União Nacional Liceal (UNL). Segundo a União Nacional dos Estudantes Franceses (UNEF), manifestaram-se no dia 12 cerca de 150 mil jovens, dos quais 90 mil do ensino secundário.