Greve na Caixa juntou centenas em frente à sede do banco

01 de março 2024 - 18:12

Trabalhadores exigem aumentos salariais que reponham o poder de compra e não aceitam a proposta da administração.

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Concentração em frente à sede da CGD
Concentração em frente à sede da CGD. Foto Esquerda.net

Centenas de trabalhadores da Caixa Geral de Depósitos concentraram-se esta sexta-feira em frente à sede do banco em Lisboa. A greve foi convocada pelo STEC, que considera  "inadmissível" a proposta de aumentos salariais de 3,25% feita pela administração numa altura em que o banco público apresenta lucros recorde.

O candidato bloquista Fabian Figueiredo esteve na concentração e transmitiu a solidariedade do partido com os trabalhadores da Caixa. "Os trabalhadores administrativos da CGD ganham o salário mínimo. Há técnicos a ganhar entre 900 e 1000 euros. Ao mesmo tempo a Caixa prepara-se para apresentar mais de mil milhões de euros de lucros. Isto não pode continuar assim. Os trabalhadores têm razão. Por isso é que adesão à greve é tão elevada", afirmou Fabian Figueiredo.

Em declarações aos jornalistas, Joana Carvalho, do STEC, sublinhou que "os aumentos salariais são importantes" mas lembrou reivindicações antigas que se prendem com "as condições de trabalho cada vez mais desumanizadas, a falta de pessoal nos balcões ou a falácia da digitalização que devia estar a acontecer mas não acontece, com muita carga administrativa para os balcões que leva a mais horas extraordinárias que não estão a ser pagas".

"Tivemos quatro anos com congelamento de carreiras e mais de quatro anos sem aumentos salariais. Para repor o poder de compra precisamos de aumentos salariais mais altos" do que os que são propostos, prosseguiu a sindicalista, lembrando que "a Caixa prepara-se para apresentar mais de mil milhões de euros de lucro e os trabalhadores que estiveram na base do alcance desses lucros têm de ser recompensados por esse esforço".

Sobre o balanço da greve, o sindicato fala de "imensos balcões fechados, ao contrário do que a CGD está a transmitir". Joana Carvalho diz que "a maior parte dos balcões estão a funcionar apenas com órgãos de gerência, deram ordem para abrir os balcões para dar a ideia de que a greve não está a ter sucesso". A situação real, assegura, é que "temos mais de 70% dos balcões encerrados e os que estão a funcionar não estão a dar o atendimento que normalmente prestam".

A administração da CGD reagiu à paralisação afirmando que ela não está a ter grande efeito no funcionamento normal do banco. Acrescenta estranhar a convocatória de uma greve a meio do processo negocial em que está a propor aumentos salariais superiores aos da concorrência privada e também a meio de uma campanha eleitoral, o que no seu entender "demonstra a politização por parte das estruturas sindicais".