CESP acusa Auchan de tirar um dia de folga aos trabalhadores

06 de março 2024 - 15:34

Sindicato denuncia a cadeia de supermercados por ter alterado os horários de forma a que “todos estejam de folga no domingo de Páscoa”. E denuncia que o contrato coletivo no sector da distribuição não é revisto desde 2016.

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protesto do CESP num supermercado Auchan
Fotografia Facebook do CESP

O CESP - Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal realizou uma acção de denúncia aos clientes do Auchan do Almada Fórum, pelo direito ao feriado de Páscoa.

“Esta ação insere-se na luta dos trabalhadores das empresas de distribuição pela negociação do Contrato Colectivo de Trabalho com a Associação Patronal APED, bloqueada desde 2016.”, lê-se no comunicado.

A Auchan anunciou que iria encerrar as suas lojas no domingo de Páscoa, dia de Feriado Nacional, mas ao mesmo tempo está a tirar aos trabalhadores um dia de folga por ter alterado “os descansos semanais obrigatórios dos trabalhadores para coincidir com este feriado.”

“Os hipermercados Auchan, que recentemente brindaram os seus trabalhadores com a notícia de que vão encerrar no domingo de Páscoa, alteraram o esquema de rotação dos descansos semanais para que todos os trabalhadores estejam de folga no domingo de Páscoa (…) Os trabalhadores são prejudicados, porque deixam de gozar a sua folga [na data prevista inicialmente] para poderem beneficiar do domingo de Páscoa”, disse à agência Lusa a sindicalista do CESP Célia Lopes.

“O gozo do feriado não pode pôr em causa o nosso número folgas (2 por semana)! Não podemos ser penalizados pelo encerramento das lojas na Páscoa! Os trabalhadores da Auchan têm direito ao gozo de feriados em dias que não os das suas folgas, como qualquer português!”, defende o CESP.

O sindicato tem desenvolvido várias ações de denúncia junto dos clientes em várias lojas do país. “Os clientes – perante um sector que gera milhões de euros de lucros e que gera as pessoas mais ricas do país – têm a sensação de que as condições de trabalho no sector são agradáveis, que as carreiras são bem remuneradas, que os trabalhadores têm bons horários, mas nada disto corresponde à verdade”, disse Célia Lopes.

“E importa ter a noção de que a esmagadora maioria dos trabalhadores do sector são mulheres, jovens mulheres, com responsabilidades familiares e parentais, para as quais é particularmente preocupante a desregulação dos tempos de trabalho”, frisou a sindicalista.

O sindicato lembra ainda que o Contrato Colectivo de Trabalho negociado entre os Sindicatos da FEPCES, entre os quais o CESP, e a Associação Patronal APED (Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição) não é revisto desde 2016 e reforça a luta pelo “aumento geral dos salários, a valorização das carreiras profissionais, e melhores condições de trabalho para todos — e sem perda dos direitos conquistados!”