8 de Março: “Que nenhuma se sinta só”

07 de março 2024 - 17:47

Na véspera do 8 de março, o Esquerda.net recolheu o testemunho de mulheres ativistas sobre a importância de ocupar o espaço público esta sexta-feira. Neste artigo, Helena Pinto fala-nos sobre as violências contra as mulheres e sobre a urgência de garantir que não voltaremos atrás.

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Foto de Ana Mendes.

No ano passado morreram 22 pessoas, 19 mulheres, 2 ainda meninas, em situações de violência dentro da própria casa e na própria família. Os números variam de ano para ano.

Mas todos os anos, todos os anos, há mulheres que morrem assassinadas pelos seus maridos, companheiros, namorados. Outras, centenas, vivem aterrorizadas e numa luta constante entre se defenderem e protegerem os seus filhos e filhas. Tudo isto se passa dentro de uma casa perto de nós, na “intimidade do lar”.

Aumentam os relatos de situações de assédio, seja laboral, seja sexual. Aumenta o assédio nas redes sociais e a partilha de conteúdos não autorizados. Querem controlar a vida das mulheres através da intimidação, da chantagem e da humilhação. Este é o dia a dia de muitas de nós agravado pelas dificuldades em pagar a renda, a conta da luz e do supermercado.

Não devia ser assim! 50 anos de Liberdade deveriam também significar toda a liberdade para as mulheres, sem ameaças, sem intimidação, sem chantagem, sem violência, sem morte.

No próximo dia 8 de Março vamos sair à rua.

Somos feministas e em primeiro lugar isso significa que dizemos PRESENTE para que nenhuma mulher se sinta só! Marchem connosco, todas juntas, ocupando as ruas, essa é a garantia de que não voltaremos atrás!