No dia em que se assinalam três anos do assassinato racista de Bruno Candé, a SOS Racismo lançou um filme curto de homenagem ao ator e de denúncia ao racismo na nossa sociedade.
Texto de apresentação do filme:
Dia 25 de Julho assinala-se o 3º aniversário da morte de Bruno Candé. Bruno Candé foi assassinado com 5 tiros por um racista, como ficou provado na sentença. Foi vítima de um crime de ódio racial.
“Preto, volta para a tua terra”
“Vou buscar as armas com que vos matava na sanzala”
O racista ameaçou durante vários dias e depois matou. Mas Bruno Candé foi morto duas vezes. Porque nas horas e dias seguintes matavam a sua dignidade.
As reportagens no local, as palavras que descreveram o acontecimento, a manifestação de um partido racista e fascista feita nos dias seguintes com o mote “Portugal não é racista”
Há sempre uma culpa para a pessoa negra ou racializada. Há sempre uma desculpa para o branco. Uma explicação, uma lógica, uma mentira.
Portugal é um país estruturalmente racista. Não admite sê-lo, e assim, não havendo o que parar, não há como travar o racismo.
Bruno era um ator português da companhia de teatro Casa Conveniente. Participou em Macbeth ao lado de José Raposo, atuou no D. Maria II, participou em novelas, fez dança, estava a realizar o sonho que era o seu desde sempre: ser ator.
Tinha 39 anos e 3 filhos menores.
Não era um “jovem negro”, era o Bruno Candé.
Não foi morto num triste acaso, foi um crime de ódio racista.
Em seu nome, e de outros como Alcindo Monteiro, é preciso parar o discurso de ódio. Educar, mas também denunciar, condenar e interpelá-lo na rua, se for preciso.
A mão ferida do Bruno Candé, a mão que tentou parar a primeira bala, podemos e devemos ser todos nós.
Este filme é uma ideia da VMLY&R com produção da SHOW OFF/MOLA e realização da Patrícia Couveiro.
SOS RACISMO / VMLY&R / SHOW OFF