Dossier 351: Lutas pela sindicalização nos EUA

A Starbucks e a Amazon estão a realizar campanhas paralelas de ataque à sindicalização em todo o país, violando deliberadamente a lei laboral numa tentativa desesperada de derrotar a emergente organização de trabalhadores nas suas empresas. Por Alex N. Press.

Em 2021 a luta laboral nos EUA intensificou-se. Muitos trabalhadores abandonaram publicamente empregos mal pagos e com más condições e houve uma onda grevista. 2022 é o ano da sindicalização. Amazon, Apple, Starbucks e outros locais onde os sindicatos não se conseguiam organizar assistem a processos liderados por jovens não filiados nos sindicatos tradicionais.

Se no conjunto do planeta a pandemia expôs as desigualdades mas não correspondeu a um aumento das mobilizações dos trabalhadores, isso não foi o caso dos EUA em 2021. Neste artigo, Kim Moody traz alguns elementos sobre o que já foi chamado de "grande descontentamento" e que pode ser considerado uma viragem nas lutas de classes na principal potência capitalista.

Os sucessos recentes mostram que a sindicalização já não parece tão assustadora ou fútil e o facto de terem sido protagonizados por pessoas dos locais de trabalho e não por sindicalistas profissionais anula os argumentos dos patrões de que os sindicatos são elementos estranhos que só querem ganhar quotas. Por John Logan.

Pegue-se nas queixas que há muito fervilham numa geração e nas sensibilidades políticas de alguns dos seus membros, adicione-se a isso setores favoráveis ​​do mercado de trabalho (por enquanto) e a equação de poder que governou os locais de trabalho dos americanos nos últimos 40 anos pode ser alterada. Por Harold Meyerson.

Inspirado por uma onda recente de sindicalizações na Starbucks e na Amazon, os trabalhadores do setor do retalho que estão empregados em grandes cadeias de lojas como a Target começam agora a lançar processos de sindicalização por todos os Estados Unidos. Por Alex N. Press.

No início de junho estava prevista a votação da formação do primeiro sindicato numa loja Apple nos EUA, mas foi cancelada com acusações de intimidação e "ambiente coercivo" criado pela empresa conhecida por instituir uma cultura de sigilo e que tenta evitar que a vaga de sindicalizações alastre.