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Os bancos não podem lucrar com a crise

Nos últimos anos, os bancos receberam milhares de milhões de euros públicos. É agora o momento de serem solidários com o resto da economia.

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Os banqueiros têm dito que querem colaborar, mas sentem que estão a ser maltratados no debate público. Como não se trata de um debate sobre boa ou má vontade, vamos aos factos e às regras.

Logo no início da crise, o Banco Central Europeu tomou duas decisões: alterar as regras para permitir aos bancos concederem mais crédito e aumentar os programas de empréstimo a juro negativo. Ou seja, o BCE paga para os bancos emprestarem às empresas. Por sua vez, o governo português pediu aos bancos a implementação de moratórias nos créditos de quem está afetado pela crise e criou linhas de crédito com garantia pública. Ou seja, os bancos não correm risco, porque o Estado garante os créditos.

O que fizeram os bancos até agora? Adiaram o mais que puderam a implementação das moratórias, venderam créditos com comissões e spreads altos e recusaram dar informação sobre as condições mais favoráveis aos seus clientes. Ou seja, lucraram com a crise.

Precisamos de regras: fim das comissões e limites nos spreads, obrigação de informação e não discriminação no acesso às moratórias, proibição de distribuição de dividendos e de pagamento de prémios a administradores. Ativar a solidariedade.