Opinião

O que a direita não pode escamotear é que estão criadas condições para um virar de página em Portugal. Há uma maioria objetiva no parlamento que o viabiliza.

É um voto de esperança em quem não desiste do país, em quem tem empenho e capacidade para defender o que verdadeiramente interessa.

Confesso o desapontamento que senti pelo facto de, durante todo o tempo que durou a mensagem, ter esperado ansiosamente, em vão, que o Sr. Presidente da República desviasse os olhos do teletexto e olhasse para mim.

Os tempos não estão para euforias. O Bloco obteve um resultado histórico, a coligação de Direita foi a candidatura com mais votos, mas perdeu a maioria absoluta. O campo de ação para a Esquerda existe - e deve ser explorado.

De onde veio a energia que fez do Bloco a força da esperança?

O Bloco, ao contrário daquilo que a pergunta retórica pretende insinuar, tem muitas e diversas razões para celebrar os resultados eleitorais de 2015.

Não será por nós que uma minoria de direita governará o país, e imporá um programa de mais austeridade.

Não deixes que decidam por ti e pela tua gente. Não te abstenhas. Hoje vamos decidir e podemos levar a nossa gente até ao voto.

Cada voto que vai para a direita ou para os partidos que apregoam a austeridade, mesmo que de forma disfarçada, vai significar piores condições de vida. Cada voto no Bloco de Esquerda significa um compromisso claro: luta contra as medidas que cortem nas pensões, fechem centros de saúde, facilitem despedimentos, desvalorizem o valor do trabalho.

A direita e o seu governo arruinou o presente e comprometeu o futuro. É tempo de parar a austeridade que destrói a vida; é tempo de resgatar o futuro.