Se olharmos para este dia 1 como uma espécie de início de um ano zero que nos permita apenas respirar, acabaremos rapidamente sufocados em arrependimento no próximo e inevitável sufoco. Estejamos, antes, à altura do mal que passámos.
É verdade que todos os presidentes da República se recandidataram e foram reeleitos à primeira volta. Mas isso não faz destas eleições presidenciais uma formalidade para cumprir calendário. Pelo contrário: o facto de atravessarmos um período tão difícil obriga a que se apresentem diferentes visões da resposta à crise.
Foi a gabarolice que os traiu. Se não fosse a vaidade dos caçadores nunca teríamos sabido que tipo de gente abate 540 veados, javalis e gamos que não têm para onde fugir nem por onde se esconder.
As análises sérias e de caráter científico, feitas pelos especialistas da Ciências da Educação, relativizam os testes internacionais e há muito que perguntam sobre a utilidade destes instrumentos.
Calando-nos, aceitamos ceder os nossos dados, deixando vigiar a nossa vida e embrulhando-nos em bolhas comunicacionais que constituem colmeias humanas.
Sim, há uma economia política da saúde global e a desigualdade é a sua marca definidora. A negligência é a extensão operativa dessa desigualdade. Doenças de primeira e doenças de segunda, doenças que mobilizam resposta e doenças negligenciadas.
Há muito por esclarecer nesta história em que os indícios apontam para mais um favor à EDP. O dinheiro é do Estado e, por decisão da Assembleia da República, dos municípios afetados. Não é da EDP. Vai (como parece) o Governo defender as habilidades da empresa privada?
É um escândalo que o Movimento Cultural da Terra de Miranda tem denunciado ativamente. Como é possível que o Governo tenha dado uma borla fiscal de tantos milhões à EDP, submetendo-se de forma tão servil aos interesses instalados da energética?
O instinto para partilhar compotas em vãos de escada está mais apurado do que nunca, sumo-pontífice-geleia da boa vizinhança, a expensas da Direcção-Geral da Saúde.