Para estar De Pé!, basta que estejamos vivos, atentos e disponíveis para vivermos

porConceição Peralta

21 de maio 2014 - 13:55
PARTILHAR

Tenho, para mim, uma certeza muito importante e concreta: A de que todos os países que têm estado a ser espoliados pelo Casino Europeu deverão estar ligados entre si para uma oposição concreta a todos os jogos de bastidores.

Misturando este estrelejar dos foguetes da festa dos nossos carrascos com saídas e fechos de relógios comprados no “chinês”, de contagem de um final e o início imediato e continuado para um futuro pior, aí estamos em cima das Eleições Europeias, para a escolha de um novo Parlamento Europeu.

Uma Europa que não discute a Europa porque não lhe interessa que seja feita a sua real e verdadeira discussão.

Uma Europa em que os Tratados se seguem uns aos outros, e que cada um é pior do que o anterior para o cidadão comum da cada um dos países a que ela pertencem.

Uma Europa que assina um Tratado com os U.S.A., o famigerado Tratado Transatlântico, que vai ditar e conduzir a orquestra dos interesses financeiros no Parlamento Europeu (leia-se países europeus), onde têm estado sentados todos os amigos e conhecidos do casino financeiro que levará a Europa à sua total descaracterização e à subjugação ao poder económico dos Estados Unidos. E para a destruição de cada um dos países europeus na sua liberdade de ação, pensamento e independência sim, para uso interno, temos o Tratado Orçamental, já assinado, e em primeiro lugar note-se, por Portugal. E numa conjugação tripartida interessante. PS-PSD-CDS!

E é aqui que, mais do que nunca, nos sentimos na obrigação e no dever de rejeitar semelhante aberração.

E porquê?

- Quem lhes deu esses poderes? A quem escutaram?

- Acaso foi feito algum Referendo sobre o assunto?

- Alguém nos explicou o que é que esse Tratado iria implicar no futuro do País?

- Alguém nos explicou o que é que esse Tratado iria implicar nas nossas vidas?

- Como é que esse Tratado iria resolver a questão da Dívida?

- Como é que tal foi aceite sem ter havido, no mínimo, uma reestruturação da Dívida?

De uma Dívida que, a não ser reestruturada nunca poderemos pagar pelo elevado valor em juros, juros que nos engolem e engolirão o nosso futuro e nos deixarão ao sabor do desemprego em massa, num estado de escravatura semelhante à do Séc. XIX. Que entregarão as gerações envelhecidas à indigência e ao abandono. Onde uma grande maioria das crianças começaram a trabalhar aos 6 e ou 7 ano como acontecia nos anos 30, em vez de irem para a escola. Isto aconteceu com muitos e muitos meninos na infância dos meus pais.

Dá para perceber porque é que tenho imensa dificuldade em entender porque é que as pessoas ainda hesitam em ir votar. Porque é que ainda há muitas pessoas, e algumas com certas responsabilidades intelectuais, que se intrincam em lucubrações de unidades de esquerda, de votos úteis, da crendice em promessas do que nunca irão cumprir. Do que vamos para a Europa defender o País, mas também não sabemos muito bem ou não queremos muito bem explicar aos votantes o que são as “negociatas” no Parlamento Europeu? São estados de alma? Serão. São interesses de classe? Também. Desinteresse por tudo o que, verdadeiramente lhes diz mesmo, muito respeito?

Tenho, para mim, uma certeza muito importante e concreta. É a de que todos os países que têm estado a ser espoliados pelo Casino Europeu, nomeadamente Portugal, Grécia, Espanha, Irlanda, Chipre deverão estar ligados entre si para uma oposição concreta a todos os jogos de bastidores de modo a que os seus cidadãos deixem de estar a viver, permanentemente, ajoelhados.

E, por todas as razões que acima expresso, não é de joelhos que devemos estar perante a Europa e o País, mas sim, DE PÉ!!!

É que também já não tenho joelhos que aguentem!

Conceição Peralta
Sobre o/a autor(a)

Conceição Peralta

Reformada. Tradutora e Assistente no Depto. Médico duma multinacional americana da indústria e comércio farmacêuticos. Dirigente do Bloco de Esquerda.
Termos relacionados: