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Obviamente, censuro-o!

Cada dia que passa com Passos e Portas, o futuro está mais longe e as nossas vidas pior. Precisamos de soluções e alternativa. O primeiro passo é a sua saída.

Há um ano, Passos Coelho dizia que só saímos da crise empobrecendo. Hoje estamos mais pobres mas só nos enterramos ainda mais na crise. Só assim podia ser. A crise é o empobrecimento de quem depende do seu trabalho.

Tanta austeridade e tantos sacrifícios com um único desígnio, mas até esse falhou: temos mais dívida, mais défice. Este é um governo que até na sua obsessão chumbou. Chumba também nas nossas vidas: mais desemprego, mais falências, mais pobreza, mais impostos, mais desigualdade, mais dificuldades, recessão.

Quem escondeu dinheiro em offshores para fugir aos impostos, em vez de arriscar oito anos de prisão teve 3,4 mil milhões de perdão fiscal. A estes somam-se mais mil milhões em benefícios fiscais a 40 empresas, na sua maioria financeiras e com caixa postal no paraíso fiscal da Madeira. Há ainda que somar os muitos milhares de milhões do BPN e das parcerias público-privadas. O paraíso de uns é o inferno de outros: corte nos salários, nas pensões, no subsídio de desemprego, no apoio social, na saúde, na educação. O país é colocado a saque: Águas de Portugal, RTP, Caixa Geral de Depósitos, ANA, TAP e até os centros de saúde podem seguir o caminho da privatização. O roubo ao trabalho, a espoliação do que é de todos não é uma mera questão de forma ou de nomenclatura. É a violência da receita frustrada da troika.

Este é um governo que não responde à democracia. Decide nas costas e contra os portugueses. Um milhão saiu à rua pelas suas vidas, contra a troika. Desses, certamente muitos terão votado nos partidos do governo. Por um futuro exigiram a sua demissão. Cada dia que passa com Passos e Portas, o futuro está mais longe e as nossas vidas pior. Precisamos de soluções e alternativa. O primeiro passo é a sua saída. Obviamente, censuro-o!

Sobre o/a autor(a)

Biólogo. Dirigente do Bloco de Esquerda
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