Está aqui
Meia-hora depois do CDS
João Assunção Ribeiro, porta-voz do secretariado nacional do PS, representante do PS à recente convenção do Bloco de Esquerda, escreveu um artigo no diário "I" a propósito do BE, ed.15/11, de sua graça "esquerda bloqueada", que só pode ser entendido como posição que oficiosamente vincula o partido da rosa... E que nos diz JAR? Entre vários arrebiques de estilo, acha que o Bloco fez uma encenação de tática eleitoralista ao atribuir ao PS o peso pelos desentendimentos à esquerda para uma eventual alternativa ao troikismo, que nos afunda. Que não, isso são brincadeiras do Bloco(?). Curiosamente, vejam aqui,os prosélitos de Seguro até teriam gosto numa convergência. E de acordo com o PS quais seriam as condições para essa aproximação? Segundo JAR, nada menos que o Bloco desistir de ganhar votos ao PS (!!!),renunciar a achar que a atual união europeia é autoritária, abdicar da saída de Portugal da NATO, deve também afastar-se da ideia de nacionalizar a banca intervencionada, a energia e as telecomunicações. Nessa altura, o PS até podia reconsiderar uma (?) privatização, a da REN, e em concreto nada mais. Por outras palavras, o PS pede ao Bloco que abandone o seu projeto político. A sedução do PS é ao nível do apelo ao suicídio. Pois o Bloco se ficar aparentado ao PS já é conviva de Seguro. A simpatia do PS nem se contentaria com um satélite, somente com um clone.
Que se saiba: a necessidade de rompimento com o memorando da troika, nem pensar, JAR já disse aos media que essa proposta inevitável destrói as condições de financiamento do país. Já não é novidade: passar a culpa, o Bloco também teria criado o ambiente para a vinda da troika. E porquê? Porque não aceitou as 10 (dez) privatizações e o corte das prestações sociais do célebre PEC 4. Ou seja, parte essencial do que o PS passou para o memorando. Não se percebe, mas amar a Sócrates como ao próximo parece ser ainda o lema para os lados do Largo do Rato.
É lamentável que não haja da parte de JAR nenhuma consideração pela emergência em que o país vive, nenhum abalo sobrevindo do sufoco europeu...Tudo nele aconselha ação conjunta da oposição exceto a própria posição do PS. As propostas de lei eleitoral do PS estão nesta onda, esvaziar a representação parlamentar do BE e do PCP. Não é sério. Como não é sério vir arremessar ao Bloco um facto anedótico: que em 2009 não quis viabilizar um governo de esquerda. Lembram-se? Sócrates perguntou, com meia hora de diferença, ao CDS e ao BE se queriam estabelecer um acordo parlamentar. No caso do CDS até fazia maioria, o que não acontecia com o Bloco. Não valerá fingir que se quer qualquer coisa à esquerda quando o troikómetro está a contar para o PS.
Comentários
ridículo. dessas coisas,
ridículo. dessas coisas, apenas a mudança de posição em relação
à nato seria necessária para que o BE tivesse uma boa participação governativa. infelizmente o poder naval do atlântico são os EUA e Portugal como país-arquipélago tem dois imperativos geoestratégicos: ser aliado do maior poder naval do atlântico e ter boas relações com espanha.
Imaginem que Lenin teria
Imaginem que Lenin teria aceito ser ministro do Czar? Acham que se isso tivesse acontecido, algum vez teria havido a revolução? Se o Syriza se tivesse aliado ao PASOK antes deste ano, nunca teria atingido o resultado que obteve. O Partido Popular Ortodoxo aliou-se ao PASOK e à ND e agora está como está. Também nos países nórdicos, toda a esquerda está aliada aos respectivos partidos social-democrats de cada país e hoje em dia é impossível que um partido de esquerda como o BE governe um desses países. Mesmo que por um absurdo, um dos países nórdicos fique igual à Grécia, a esquerda nunca chegará ao resultado do Syriza porque de uma maneira ou outra estão todo ligados ao maior partido social-democrata do respectivo país. O Bloco devia era provocar o PS e tentar "destrui-lo" aos poucos para disputar o 1º lugar com o PSD, e conseguindo isso era uma questão de tempo até ganharmos eleições.
Eu acho que tudo depende das
Eu acho que tudo depende das próximas eleições, se o povo souber reagir e der pelo menos 1/3 dos votos ao PCP e BE, para que consigam travar a mudança na constituição, então se calhar poderá vir a existir um governo verdadeiramente de esquerda. agora se nas próximas eleições o bloco só tiver uns 10% e o PC uns 8%, então muito sinceramente o povo merece o que está a sofrer. ainda por cima a próxima coligação deve ser PS/CDS ou PS/PSD/CDS
Acho absolutamente lamentável
Acho absolutamente lamentável que, na situação de catástrofe em que estamos, se continue a dar mais relevo a estratégias de sobrevivência partidária do que à sobrevivência do país. E disto, muito me dói dizê-lo, é tão culpado o Ribeiro como o Fazenda.
Escrevi sobre este artigo e o do Ribeiro no meu blogue. O link direto está no meu nome.
Seria muito mais construtivo
Seria muito mais construtivo que tanto João Assunção Ribeiro parasse de invocar o Passado para paralizar o Presente, e Luís Fazenda contrapusesse até onde estaria o Bloco disposto a ir num hipotético programa de governo ( algo distinto de um programa partidário) de coligação. E quem estiver a regatear de má-fé seja bem revelado. Se houver eleições em 2013( e não seria espanto nenhum que houvesse), Nem PS teria maioria, nem Bloco e PCP, mesmo coligados, lá chegavam. Vamos deitar fora a hipótese de um entendimento á Esquerda, sem sequer tentar? Em 2009, o Bloco teve 557 mil votos, ficou muito perto de fazer maioria com o PS. Dois anos depois, teve 288 mil.Terão aprendido a lição? O Bloco quer ser "Movimento"( esqueçam, nunca vai acontecer), quer ter maioria absoluta(idem aspas) ou quer influenciar á Esquerda o processo político( e vão ter essa hipótese nas próximas eleições)?Registo de interesses:Votei PS em 2005, BE em 2009, e em branco, em 2011.
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