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A III Guerra Mundial está iminente!

Só a via diplomática, só uma Conferência de Paz urgente, sentando as partes beligerantes à mesa das negociações e parando a guerra, poderá salvar a Humanidade do apocalipse iminente.

A III Guerra Mundial está iminente! Esta é uma frase terrível, mas, infelizmente, é uma realidade. As probabilidades do mundo se ver envolvido, a curto prazo, numa nova guerra mundial situam-se acima dos 90% e só por um triz, para quem não acredita em milagres, não acontecerá.

A Rússia de Putin será a grande responsável por ter invadido e iniciado uma guerra criminosa contra a Ucrânia, um país soberano e membro da ONU. Trata-se de uma flagrante violação do direito internacional, cuja guerra já ceifou milhares de vidas, provocou milhões de refugiados, levou à destruição de aldeias, vilas e cidades e levou à paralisação da vida económica e social de um dos maiores países da Europa. E as consequências negativas à escala europeia e até mundial apenas estão no começo, com destaque para a subida da inflação, a crise alimentar e o avolumar da fome.

A NATO, considerada a mão armada do imperialismo norte-americano e do imperialismo europeu, em segunda instância, forneceu o pretexto ideal para a intervenção bélica na Ucrânia por parte da camarilha militar-oligárquica e do novo imperialismo russo em ascensão. Ao pretender formar um cordão militarista em torno da Federação Russa com a integração na Aliança de novos países, outrora pertencentes ao extinto Pacto de Varsóvia e à ex-União Soviética, violando os compromissos assumidos no tempo de Gorbachov, a NATO assumiu uma postura provocatória e arrogante. Esta atitude levou o colosso russo a reagir da forma como sabemos.

A Rússia putinista acabou por seguir o exemplo criminoso do imperialismo norte-americano, dos seus lacaios ocidentais e da NATO, com a sua intervenção militar em países como a ex-Jugoslávia, o Iraque, a Líbia e o Afeganistão, que provocou centenas de milhares de vítimas e a devastação desses países. Não é só a Rússia que está a praticar crimes de guerra na Ucrânia. Naqueles países também foram cometidas muitas atrocidades e crimes de guerra, mas, curiosamente, diversas entidades internacionais, como a Amnistia Internacional, o Tribunal Penal Internacional e outras, assim o não entenderam, o que revela a sua parcialidade e subserviência perante os interesses dos E. U. A. e aliados.

Sobre a campanha de bombardeamentos na ex-Jugoslávia desencadeada pela NATO, em 1999, sem o apoio do Conselho de Segurança das Nações Unidas, este país balcânico foi contaminado com pelo menos 15 toneladas de munições de urânio empobrecido, altamente tóxico. Além das muitas mortes provocadas, o urânio empobrecido tem provocado uma elevada taxa de cancro, aumento de doenças psicológicas na população e desastre ambiental, o que conduziu o Tribunal Superior de Belgrado, em defesa das vítimas, a instaurar processos contra a Aliança. Mas o que respondeu a NATO? Alega “imunidade jurídica” contra a acusação de que está a ser alvo! Simplesmente ridículo e de uma arrogância inaudita por parte dos “grandes senhores da guerra”. Claro que a NATO não pode obter imunidade jurídica pelos crimes de guerra contra civis e pela sua agressão ilegal. Vamos ver como terminará o processo em Belgrado.

Voltando à responsabilidade da eclosão de uma nova guerra mundial não será a Rússia considerada a única responsável. Temia-se o que está a acontecer – a escalada da guerra, provocada pelos países integrantes da NATO com os Estados Unidos da América à cabeça. Todos já perceberam que a NATO está a conduzir na Ucrânia uma guerra por procuração contra a Rússia. O agravamento da tensão militar, a mobilização de tropas e de armamentos para as fronteiras russas só vão aumentar a escalada e alimentar as labaredas da guerra. À NATO só falta colocar tropas diretamente no terreno, pois já tem na Ucrânia instrutores e conselheiros.

Os falcões da guerra e muitos outros, irresponsáveis ou ignorantes, também em Portugal, ainda não perceberam ou não querem perceber que esta escalada da guerra só pode conduzir ao inevitável – uma guerra nuclear, de consequências devastadores, colocando em risco a própria sobrevivência da Humanidade. Assim, a NATO repartirá com a Rússia as responsabilidades pelo desencadear do Armagedão.

Além de outros armamentos modernos e de longo alcance fornecidos aos ucranianos pelos membros da NATO e outros países, destacam-se os E.U.A. que vão fornecer sistemas de lançamento de rockets que podem atingir alvos a mais de 80 quilómetros de distância, incluindo em território dentro da própria Rússia. Rússia que já avisou que “os Estados Unidos estão propositadamente e diligentemente a adicionar combustível a um incêndio”. Serguei Lavrov afirmou que “o fornecimento de armas aumenta o risco de um terceiro país ser arrastado para o conflito”. Se isto suceder, virá o que já se sabe: por força do artigo 5.º, toda a Aliança entraria na guerra diretamente contra a Rússia.

Mas, santa ignorância e irresponsabilidade, para quem considera que este é o caminho a prosseguir, pensando que a Rússia seria rapidamente derrotada. Antes de isto acontecer, a Rússia putinista jogará os últimos trunfos que tem à mão, mesmo que seja destruída – o lançamento de bombas atómicas contra os seus adversários! E qualquer capital de país membro da NATO, incluindo a Finlândia e a Suécia (que abandonaram a neutralidade) pode ser um alvo fácil por parte do desespero e da loucura de Putin. É o que a Rússia fará se sentir que está a ser humilhada e derrotada na Ucrânia (utilizando bombas nucleares táticas ou, até, indo mais longe). Nos dias que correm, há que ter inveja de países como a Suíça, Irlanda e Áustria que, de forma sensata, teimam em manter uma posição de neutralidade.

A guerra tem de parar rapidamente, pois caso tal não suceda teremos mais mortes de vítimas inocentes, mais deslocados de guerra, mais sofrimento, mais devastação de aldeias, vilas e cidades. É evidente que a Rússia merece ser derrotada devido à guerra de agressão perpetrada contra a Ucrânia. Os E.U.A. e a NATO apostam na humilhação e na derrota russa. Mas isto não vai acontecer. Ou só ocorrerá, mas acarretando consequências avassaladoras para a Europa e para o mundo. Putin, se se sentir perdido, não deixará de jogar a última cartada, mesmo que fatal. A confrontação direta Rússia – NATO também poderá acontecer por um erro de cálculo, voluntário ou involuntário, de qualquer uma das partes. Basta um míssil russo errar o alvo e atingir qualquer país da Aliança Atlântica.

A III Guerra Mundial, nuclear, ainda pode ser evitada, mas a esperança revela-se cada vez mais remota, a prosseguir a escalada da guerra. Só a via diplomática, só uma Conferência de Paz urgente, sentando as partes beligerantes à mesa das negociações e parando a guerra, poderá salvar a Humanidade do apocalipse iminente. Os Povos precisam de se mobilizar já CONTRA A GUERRA E PELA PAZ. Está em causa a sua sobrevivência.

Sobre o/a autor(a)

Professor. Mestre em História Contemporânea.
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