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EDP abusa, governo ignora!

O encerramento da central térmica de Sines tornou mais visível uma outra face da administração da EDP: o abuso sobre os seus próprios trabalhadores!

Já se conhecia a subcontratação de tudo para tudo, a precariedade, a diminuição dos direitos dos mais jovens… Esta nova situação implica a passagem à pré-reforma de trabalhadores tentando “obrigá-los” a irem trabalhar para outro ponto do país ou a assinar um contrato em que a EDP se apropria dos benefícios da carreira contributiva do trabalhador.

Muitos trabalhadores podem perder centenas de euros por mês. Segundo o contrato que a EDP está a impor o trabalhador tem de usar, em benefício da EDP, a sua própria bonificação de trabalhador de 4 meses por cada ano que exceda os 40 anos com registo de contribuições para passar à reforma.

Com isto, a EDP deixa de pagar pré-reforma ao trabalhador e transfere para a Segurança Social aquilo que competia a EDP pagar. Os acionistas ganham, os trabalhadores perdem, a Segurança Social perde.

No entender público do Sindicato das Indústrias, Energia e Águas de Portugal (SIEAP), as pretensões da EDP não têm enquadramento no Acordo Coletivo de Trabalho e está a esclarecer os trabalhadores.

Segundo a comunicação do Sindicato, este já reuniu com vários grupos parlamentares e espera reunião com a Comissão de Trabalho e Segurança Social da Assembleia da República.

Toda esta temática torna cada mais visível que a transição energética não pode ser feita a livre arbítrio das empresas que, ainda por cima, usam e abusam de benefícios fiscais enquanto castigam os seus trabalhadores.

Os trabalhadores têm de ter uma palavra a dizer, o governo não pode “lavar as mãos como Pôncio Pilatos” - mas está a fazê-lo!

A aparente passividade governamental é, objetivamente, facilitar a vida ao abuso! É uma escolha do lado que se quer estar.

O governo vai dizer alguma coisa nos próximos dias?

Sobre o/a autor(a)

Dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Energia e Águas de Portugal, SIEAP.
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