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Cumprir a Esperança

Depois de 40 anos de autoritarismo, da bancarrota e de uma falsa renovação, a Madeira tem de romper com os lóbis. O Bloco de Esquerda é a garantia que não vai ficar tudo na mesma que a subserviência aos “donos da Madeira” é para acabar.

A Autonomia trouxe o desenvolvimento e fez pensar que a pobreza, desemprego e emigração eram coisas do passado, mas depois da bancarrota da Madeira voltaram a ser a realidade de muitas famílias. As obras fizeram muita vista, mas não dão sustento, enriqueceram os “donos da Madeira”, mas deixaram uma dívida para o povo pagar e por muitos anos. Os donos da Madeira, continuam a dominar o governo regional e também alguma oposição para manterem os seus interesses protegidos, apesar do voto popular.

O principal problema da Região é a subserviência do governo aos interesses privados, não reconhecer isto é não querer mudar senão as moscas. As concessões de serviços públicos – portos, transportes, vias rápidas, inspeções - servem apenas para a engorda dos lóbis e encarecem o custo de vida para o povo.

Quem se encosta aos lóbis não vai incomodar os interesses instalados. Não basta anunciar que queremos fazer mais e melhor em relação a todas a áreas da governação, convém esclarecer em concreto o que vamos fazer.

O Bloco, a bem da clareza, não esconde o jogo. Quer escola, saúde, a segurança social públicas e de qualidade para todos. Vai usar toda a força que tiver para terminar as concessões e fazer voltar ao setor público a gestão dos portos e aeroportos, das ligações inter-ilhas, das inspeções automóveis e das vias rápidas. Não vai aceitar novas concessões ou privatizações da água, eletricidade ou transportes públicos.

Os investimentos e os benefícios fiscais devem ser canalizados para criar empregos de qualidade e duradouros, para os nossos jovens não terem de emigrar. As atividades da ciência, tecnologia e comunicações fundamentais para reter emprego qualificado e exportar serviços e são adequadas a uma região insular. Se os privados não investem, a Região tem de assumir a responsabilidade pelo nosso desenvolvimento. Mas não basta a gestão ser pública, tem de ser rigorosa e transparente, escrutinada pelo público em geral e não capturada pelos interesses partidários.

O Bloco de esquerda apresenta-se como a força para cumprir a esperança numa vida melhor para o povo madeirense, para livrar-se da submissão aos velhos e aos novos senhorios.

Artigo publicado no “Diário de Notícias da Madeira” a 25 de junho de 2018

Sobre o/a autor(a)

Coordenador do Bloco de Esquerda / Madeira. Economista, dirigente da Administração Pública.
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