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Bloco e CDU, diferenças europeias
A tarefa mais importante que hoje a esquerda enfrenta é a resposta à necessidade de uma alternativa unitária à política da austeridade. Esse caminho apela ao reforço eleitoral dos que se opõem ao Tratado Orçamental e ao declínio imposto pelo "arco da governação". Mas esta esquerda antagonista é plural e, nestas eleições, quem a apoia deve escolher. Abordam-se aqui as principais diferenças, em política europeia, entre o Bloco e a CDU.
Uma primeira distinção está no centro político destas duas candidaturas. Pelo lado da CDU regista-se, ao contrário do que é voz corrente, uma estranha ambiguidade na sua posição mais marcante, a saída do euro. Em diferentes circunstâncias, diferentes dirigentes comunistas expressam-se diferentemente sobre esta posição. Ora propõem um referendo sobre a permanência no euro, ora defendem claramente a saída, ora a condicionam a compensações europeias que amorteçam a desvalorização da moeda nacional a criar, ora se limitam a recusar "qualquer tabu". Nestas eleições, o PCP escolheu o tema do euro mas não lhe responde claramente.
Pelo seu lado, o Bloco de Esquerda tem denunciado a chantagem da expulsão do euro e recusado novos sacrifícios em nome da permanência na moeda única. Mas o foco da sua intervenção está há muito na reestruturação da dívida, bem como num referendo ao Tratado Orçamental que permita ao povo português rejeitar a austeridade perpétua. Quebrar o jugo da dívida e da austeridade implica uma desobediência portuguesa quanto aos termos do pagamento da dívida. É certo, também, que esse caminho poderá resultar em duras retaliações pela parte das instituições da UE. Cabe a uma sólida maioria de esquerda saber prevê-las e enfrentá-las, apoiada na mobilização popular.
Outro ponto de distinção entre Bloco e PCP é a rede internacional que cada um destes partidos constrói na Europa. O Bloco é membro do Partido da Esquerda Europeia, tal como a Esquerda Unida espanhola ou a Frente de Esquerda (que inclui o PC francês), e reconhece a disputa do governo grego como ponto crítico para a alteração da situação europeia - e também por isso apoia a candidatura de Alexis Tsipras, do Syriza, na sua simbólica disputa da presidência da Comissão Europeia. Pelo contrário, o PCP mantém-se ausente destes espaços, sendo até o mais relevante parceiro europeu do Partido Comunista Grego (KKE), assumidamente estalinista, que tem o eixo da sua intervenção no ataque sistemático ao Syriza.
Sendo certo que, tal como no parlamento nacional, os eurodeputados do Bloco e do PCP coincidem na grande maioria das votações, é também certo que tal não aconteceu em algumas deliberações importantes. Especialmente demonstrativos do bloqueio a que conduz a sistemática recusa do PCP de políticas articuladas em escala europeia são as orientações de voto do PCP nos casos do roaming e da Taxa Tobin. Ambos constituíram derrotas importantes, no parlamento europeu, de dois poderosos lóbis - a banca e as telecomunicações. Mas o PCP não esteve onde a esquerda se encontrou, recusando o voto favorável ao fim do roaming (um abuso de muitos anos cometido pelas multinacionais telefónicas) e à Taxa Tobin sobre as transações financeiras, bandeira histórica dos movimentos alterglobais e reivindicação fundadora da rede internacional ATTAC.
Por fim, como seria de esperar, também no parlamento europeu, o PCP e o Bloco têm divergido acerca das ditaduras chinesa e angolana. O PCP mantém relações muito próximas com estes regimes que, todavia, são hoje agentes centrais da transformação económica em Portugal, na sequência das privatizações dos últimos anos.
O enunciado destas diferenças e o seu debate não deve ser encarado como forma de hostilidade. O sectarismo só pode trazer atraso às causas comuns da esquerda, mais ainda quando os encontros (que não são o assunto deste texto, como já se percebeu) são bem maiores e mais frequentes que desencontros como estes. Foi Jerónimo de Sousa quem disse, à saída de uma reunião na sede do Bloco, em Julho passado, que "só os dois partidos não encontrarão a solução, mas não há solução sem os dois partidos". Tem razão.
Na resposta à guerra social imposta pelo Tratado Orçamental - a nova bula da austeridade na União Europeia, apoiada por todo o Bloco Central -, a esquerda não deverá pois omitir as suas diferenças. Deve, sim, colocá-las em debate, como parte de um caminho de convergência para uma a afirmação de uma maioria social e política que interrompa o ciclo destrutivo que domina Portugal.
Comentários
Concordo quanto á ambiguidade
Concordo quanto á ambiguidade do PCP sobre o Euro, mas tem o BE uma posição clara sobre o assunto?
Uma divergência de fundo entre o BE e o PCP é a posição face á Europa. o PCP sempre foi eurocéptico, e agora até afirma que a União Europeia não é reformável, o Bloco é Europeista, e e luta por uma transformação desta União Europeia.
Sobre as alianças externas ai as divergências são de monta e não é só sobre os regimes chinês ou angolano,é sobre a Ucrânia, a Libia, a Siria, o Irão, Cuba, as Farc , mas basta lembrar a recente posição dos deputados do PCP na Assembleia da Republica, sobre a Coreia do Norte.
A fase do cada um na sua bicicleta, nunca foi ultrapassada, e duvido que o seja,
É verdade que as aproximações
É verdade que as aproximações entre o Bloco e o PCP se tornam mais difíceis quando falamos de Europa e relações com as ditaduras chinesa e angolana. Cheguei a este artigo a partir do facebook de uma atriz que faz parte das listas da CDU às europeias, e que se refere a ele como um "saco de mentiras". Mas no seu perfil não há uma palavra de solidariedade com os seus colegas atores e atrizes que acabam de ver a sua peça censurada em Luanda... Parece que para algumas pessoas a luta pela liberdade acaba em Vilar Formoso!
Deixe-me que lhe diga que a
Deixe-me que lhe diga que a posição do PCP sobre a Coreia do Norte foi mal-interpretada. Tive uma troca e-mails sobre esse preciso assunto e foi-me explicado que o voto contra a condenação dos crimes da RDPC não significa estar a favor do regime Norte-Coreano, penso que é a isso que se refere. O que se passa é que a votação foi feita devido a um relatório construído com erros metodológicos e que a ONU ainda nem aprovou. Que erros metodológicos foram esses? Deixo a explicação que me deram por e-mail:
"(...) Os erros metodológicos que apontamos no relatório (disponível em: www.ohchr.org/EN/HRBodies/HRC/CoIDPRK/Pages/ReportoftheCommissionofInqui...) são essencialmente os seguintes:
1) Este é um relatório realizado com base em 4 audições, onde foram ouvidas 80 pessoas. Estas audições realizaram-se em Seul (República da Coreia, vulgo Coreia do Sul), Tóquio (Japão), Washington (EUA) e Londres (Inglaterra). Ora, para a credibilidade de um relatório internacional deste género é muito questionável que se analisem os factos a partir de pessoas sediadas em países abertamente anti-RPDC, com quem a "paz" existente se resume a um armistício e havendo provocações (políticas e económicas, e mesmo militares) constantes. Ora, mas porque não também em outros países?
E mais grave ainda, porque não na própria RPDC? O relator responde no relatório que a RPDC ignorou o seu pedido para lá ir, opção discutível mas pelo menos em parte compreensível da perspectiva de um país que recebe uma proposta para que se investiguem "crimes contra a humanidade" no seu território.
2) (...) no final do relatório, em anexo, a China criticou falhas metodológicas graves e denunciou incongruências gritantes, pondo em causa o que se escreve. Nomeadamente, quando o relator diz que o estado chinês bloqueia que ONG's prestem auxílio a refugiados da RPDC e a China responde que não é assim, uma vez que esses ditos "refugiados" dessas ditas ONG's são afinal responsáveis elas sim pelo tráfico de seres humanos da RPDC (via China) e que a China os repatria de volta para a RPDC.
3) Podemos ainda questionar a seriedade de um reconhecimento territorial feito pelo Google Earth.
4) Há testemunhos que são eles próprios questionáveis, já que é gente que fala de ter estado não sabe onde, que lhe aconteceu não sabe o quê e que nem sequer sabe de onde é exactamente...
5) Por último, não sendo um elemento do relatório em si, é importante constatar que na página da missão permanente na RPDC não se refere qualquer obstáculo à entrada da ONU no país. Podes confirmá-lo a partir daqui: http://www.kp.undp.org/content/dprk/en/home/countryinfo/
Posto isto, voltemos ao voto na AR. Aquilo de que se trata é de algo apresentado sem ser sequer ter sido aprovado pela ONU, resultando do trabalho de um indivíduo e sua equipa e (...) que está a ser posto em causa por múltiplas vias. Ora, fará sentido que o parlamento português aprove um voto com base em algo que a própria ONU não validou ainda?"
Espero que esta questão fique esclarecida.
Ouvi dizer que o BE votou a
Ouvi dizer que o BE votou a favor da entrada da troika na Grécia.
Acho que o redactor se terá esquecido disso por lapso.
Prioridades
Eu também ouvi dizer que a
Eu também ouvi dizer que a China é uma "democracia avançada", mas depois fui informar-me melhor...
Não respondeu à pergunta que
Não respondeu à pergunta que lhe foi feita! Isto é mau demais para ser verdade. Ausência completa de debate político, é debate trauliteiro, sem argumentos, nada. Que desilusão. Vinha com uma expectativa e ... desilusão.
Julgo que a provocação era
Julgo que a provocação era dirigida ao autor do artigo e não a mim... Os seus inúmeros comentários a este artigo revelam bem quais são as suas expectativas. Vai desculpar-me, mas não lamento tê-las defraudado.
O problema é esse... é que
O problema é esse... é que vocês não debatem nada. E se encontram alguém que pensa pela sua cabeça... é porque já sabe as minhas expectativas (palavras suas). Não sabe... e é esse o problema. Não me sinto bem onde não existe possibilidade de debate sem ser logo acusado disto ou daquilo. Para mim, esta forma de estar, não serve. Peço desculpa, é a minha forma de ver as coisas. As pessoas indentificam-se com ideias, sou de esquerda, sempre fui e conheço as propostas de ambos os lados e queria ser esclarecido para saber em quem votar. Aqui já vi que não há debate, vou para outra casa.
Bom, só na parte que me toca,
Bom, só na parte que me toca, só por ter posto em causa que a China fosse uma democracia avançada você apelidou-me de "trauliteiro" e "mau demais para ser verdade"... Foi um prazer ler as suas dezenas de comentários a este artigo, insultando quem o contradiz, elas trouxeram ideias muito refrescantes ao debate e à campanha. Ainda bem que há sites à esquerda que deixam as pessoas comentar em liberdade.
Fui ver como o debate se
Fui ver como o debate se fazia no site do PCP, à espera de um profundo debate político, mas... não se pode comentar nada. Debate zero. Que desilusão!
Queria ficar no conforto do
Queria ficar no conforto do seu sofá a trocar bitaites? dirija-se a um centro de trabalho.
"Não fazer mais nenhum
"Não fazer mais nenhum sacrifícios em nome do euro" significa o quê?
O PC diz que o caminho é a saída - concorde-se ou não - mas ninguém do Bloco me explicou o que propomos como consequência se esses novos sacrificios forem exigidos. Batemos o pé e resmungamos? Ou propomos a saída? E em que termos?
Continuo a não entender... Penso que erramos ao acusar possíveis aliados de ambiguidades, quando nós próprios não as temos resolvidas...
Desculpem usar esta via, mas penso que devemos esclarecer e agradeço que publiquem a pergunta e a resposta correspondente porque a nossa gente de Coimbra (pelo menos) está muito confusa e isto só pode correr mal se continuarmos assim...
O BE parece um agricultor de
O BE parece um agricultor de palavras para uma agricultura sem ideias! Na comparação que é feita com o PCP é notória a falta de ideologia concreta mas que parece querer ter. O PCP só é Estalinista por querer ser consequente ideologicamente, mesmo sabendo que não pode por em prática tal "práxis". O BE é anti-Estalinista mesmo sabendo que se chegasse ao poder teria que ter uma "práxis" de "sabor" capitalista, pois é o que está escondido, bem lá no fundo das suas consciências. Apesar de ser profundamente anti-Estalinista voto e votarei sempre PCP apesar de ele erguer a bandeira dos piratas para assustar o "cordeiro" capitalista!
Não sei o que quer dizer com
Não sei o que quer dizer com ser ou não ser anti-Estalinista, nem sei se o meu caro sabe o que isso significa.
O PCP e o BE são sem dúvida partidos diferentes, com praxis diferentes, com uma visão do debate politico diferente, mas a ESQUERDA sempre foi plural
Nos combates do dia a dia as duas forças encontram-se, no Parlamento Europeu e na Assembleia Nacional têm muitas vezes posições convergentes, e isso deve ser valorizado.
O problema de fundo é que o BE respeita o PCP, mas o PCP não respeita o BE.
Nenhum dirigente do BE se atreveria a dizer, que os patrões comem o PCP ao pequeno almoço......
Quanto ao Euro, nem o PCP nem o BE têm posições claras , essa é que é a grande verdade.
Com o devido respeito, penso
Com o devido respeito, penso que o medo do "Estalinismo" no que toca ao PCP, é um medo infantil na actualidade. Como defensor de uma visão moderna e adaptada à nossa realidade do marxismo-leninismo, tenho feito severas pesquisas sobre esse tópico, pois temia também que o partido comunista de maior peso neste país fosse defensor de uma espécie de um regime ditatorial, como o que se verificou na URSS e no bloco de leste, que na minha opinião é contraditório à essência da ideologia. Ao ler o programa do Partido, e vendo as posições dos actuais dirigentes, as minhas dúvidas desapareceram, deixo-lhe um artigo do Público muito interessante que, pelo menos a mim, limpou algumas dúvidas:
http://www.publico.pt/politica/noticia/ha-uma-nova-geracao-a-frente-do-p...
Tantas e tão boas diferenças
Tantas e tão boas diferenças para falar não é?
https://fbcdn-sphotos-f-a.akamaihd.net/hphotos-ak-frc3/t1.0-9/10269612_1...
Essas imagens mostram como o
Essas imagens mostram como o Bloco criticou o Nobel para a UE e as condições do empréstimo à Grécia. Onde estão as diferenças?
A chantagem da expulsão do
A chantagem da expulsão do euro está atenuada e tem pouca relevância no momento. Mas o problema é que o Bloco parece achar bem a permanência no euro, que está a dar cabo do Estado social e, muito antes da aprovação do Tratado Orçamental, condenou Portugal ao atraso e à austeridade. É bom estar contra o Tratado Orçamental, mas isso não devia fazer esquecer a questão fundamental do euro. É uma grande pena que se tenha recusado as ideias do documento do Alexandre Abreu, do João Rodrigues e do Nuno Teles.
Mas afinal quem é que em
Mas afinal quem é que em Portugal beneficia com o euro? O PS e os partidos do governo dão uma resposta. O PCP e o MRPP dão outra. O BE fica calado.
Pior, quando lhe perguntam se "devia acontecer uma saída por vontade própria" (jornal i, 28 de Abril), a Marisa responde como o Assis e Rangel: "Não".
Assim é que NÃO!
Há uma diferença: é que o
Há uma diferença: é que o MRPP explica que a saída do euro terá como contrapartida imediata a perda de 30% dos salários e pensões, enquanto o PCP - que não defende explicitamente a saída, mas apenas a "preparação da criação de condições para..." - esconde essa consequência. Será por eleitoralismo ou por ter vergonha de apresentar esse programa de empobrecimento instantâneo?
Pode ser um texto para marcar
Pode ser um texto para marcar algumas diferenças e semelhanças também entre o PC e o Bloco.
Mas o mais importante é a discussão / reunião mais frequente sobre maneira de as ultrapassar ou eventualmente as neutralizar no sentido de actividades conjuntas. Uma reunião pública de 6 - 6 meses é muito pouco para quem unidade na acção
Olha que os grandes amigos da
Olha que os grandes amigos da China era a UDP, pá... O PCP eram os «social-fascistas» pró-soviéticos...
É para que vejas como os
É para que vejas como os tempos mudaram, agora é o Jerónimo que abre as portas aos Mexias e Catrogas de olhos em bico, diz que o capital chinês é que é bom... mas sobre as condições dos trabalhadores na China, onde as lutas são sempre reprimidas, ele nem pia: http://www.publico.pt/politica/noticia/jeronimo-de-sousa-quer-mais-inves...
Peço desculpa, mas o debate
Peço desculpa, mas o debate político deve ser feito com honestidade! É incrível deduzir do artigo o que dizes. O PCP sempre se afirmou contra as privatizações (e ao contrário do Bloco não achar pior o capital chinês ao americano, diz que o mal é o mesmo...privatizar). Que desilusão, pensei que vinha encontrar debate político e só vejo deturpação para ganhar votos. Lastimável.
Tiago, honestidade é o que
Tiago, honestidade é o que teve o PC da Grécia, que cortou relações com o PC chinês de imediato quando lhes limparam os principais portos nas privatizações. O PC português viu limparem-nos o sector estratégico da energia e dos seguros da Caixa e foi lá beijar a mão ao Politburo. Sinceramente, ao menos tenham vergonha!
Peço desculpa, tu acreditas
Peço desculpa, tu acreditas mesmo no que estás a dizer?! A candidata do Bloco vai tirar fotografias com o Soares mais o Semedo... e achas que eu deduzo o que acabaste de dizer? Muito mau mesmo. A questão é de princípio... o PCP esteve contra a privatização quer fosse de chineses, americanos ou angolanos. O Bloco criticou o facto de ser a China! Era isso que eu queria perceber... porque razão o Bloco considera a China pior que os EUA. Era essa a pergunta! Porque é que não vão ao debate?! De ideias, argumentos em vez do ataque miserável sem ter nada onde lhe pegar. Eu não chinês, não sou militante do Partido Comunista Chinês, vejo coisas positivas outras negativas lá. Acho perfeitamente normal os partidos terem relações uns com os outros e nunca vi em nenhum lado (ajuda-me sff) o PCP a dizer que concorda com o modelo chinês. Pelo contrário pelo que sei o PCP historicamente nunca se posicionou ao lado da china no movimento comunista internacional. Não me revejo por exemplo nas posições internacionais do PC da Grécia, como aliás não me revejo nada mesmo no Syrisa que acho que está a percorrer um caminho para se tornar num PS lá do burgo... mas não critico o BE por ter afinidade com o Syrisa. Não percebo, estou a leste deste tipo de discussões, é muito sectário para mim, muito mesmo. Ideias precisam-se sff. Depois é curioso ver a incoerência brutal de alguém defender o BE, assumindo que o PCP deveria ter as mesmas posições que o PC da Grécia, ao mesmo que os criticam de forma brutal... basta ler as intervenções do presidente do Syrisa em Portugal.
Mais alguém me explica (sinceramente) porque é que o Bloco apoia um candidato à Comissão Europeia... quando os eleitores não podem escolher entre os candidatos que dizem ser candidatos? Porque é que alinham nesta coisa que é consequência do Tratado de Lisboa... um engodo completo aos cidadãos da UE? Faço uma pergunta para tentar perceber porquê e até posso concordar com a vossa posição.
Mas se quiseres continuar neste estilo de debate... desisto.
Não percebo, Tiago, não foi o
Não percebo, Tiago, não foi o PCP que apelou ao voto no Mário Soares logo depois do penúltimo "pacto de agressão" do FMI ter devastado o país? Ah, espera, isso foi "patriótico e de esquerda"! O que é crime e de direita é tirar fotografias ao lado dele em 2014. Mas espera, o PCP, na pessoa do candidato João Ferreira, não esteve ao lado dele na Aula Magna há uns meses para a fotografia? Já deves andar de olhos em bico...
Certamente desconhece o que
Certamente desconhece o que foi a UDP.
Na cisão do Movimento Comunista Internacional nos anos 60 do século passado, entre por um lado a China e por outro a União Soviética, surgiram em muitos países cisões nos partidos comunistas, em Portugal também, foi a altura da FAP-CMLP.
Nos anos seguintes , surgiram muitos movimentos de esquerda, apoiantes das teses chinesas.
Com o 25 de Abril, surgiram várias associações de Amizade Portugal China, ligadas ao MRPP, ao chamado PCP-ML facção Mendes, ao PCP-ML Facção Vilar e foi esta ultima que teve relações mais estreitas com os dirigentes chineses.
A UDP fundada em Dezembro de 1974, nunca teve relações de grande proximidade com a China, o que não impede que os seus militantes olhassem com simpatia a revolução chinesa,mas houve sempre maior proximidade com a Albânia.
Quem não queria nada com os chineses nesses tempos era o PCP, mas nesse tempo a China ainda tinha algo de socialista.
Hoje que que a China é um país do capitalismo mais selvagem e explorador, o PCP já tem boas relações com os "camaradas chineses".
Mudam-se os tempos mudam-se as vontades.
O voto do PCP contra o fim
O voto do PCP contra o fim das tarifas das chamadas telefónicas em roaming é um bom exemplo da forma como encara a Europa: cada um no seu cantinho.
Pode me dizer quais foram as
Pode me dizer quais foram as razões que levaram o PCP a votar contra essa medida? Ou o debate político baseia-se apenas em frases curtas e grossas sem conteúdo político?
O Tiago já sabe a resposta ou
O Tiago já sabe a resposta ou quer que lhe dê o telefone da sede do PCP para lhes ligar? Atenção que se estiver no estrangeiro é melhor não o fazer porque vai sair bem caro... O PCP é contra a tarifa única nas chamadas feitas na UE pela mesma razão que são contra o salário mínimo europeu ou políticas de solidariedade coordenadas ao nível da UE. Isolacionismo a quanto obrigas...
Não sei a resposta não... mas
Não sei a resposta não... mas se aparecer mais algum Tiago a responder por aqui, não sou eu. Isto é mau demais. Repara, fiz várias perguntas neste forúm, várias, não houve UMA única pergunta para ser esclarecido em que não fosse atacado. Desculpem lá, mas vocês tanto criticam os outros de sectarismo, mas ganham a todos por larga margem. Nunca fui assim tratado, nunca. E se me deixarem conta uma história real, uma vez apanhei uma arruada do PCP no meu bairro e perguntei ao candidato (legislativas) porque é que o PCP não apoiava o Syrisa, se o Syrisa estava quase a ganhar as eleições. E o homem respondeu educadamente. Concordei com algumas ideias, outras nem tanto, e até fiquei a saber que o PCP não concorda com várias posições do PC da Grécia, mas não senti hostilidade por pensar de maneira diferente. Agora isto aqui é mau de mais, desculpem lá, vocês não tem qualquer abertura para discutir, é tudo ataque, tudo gozo, tudo afronta. Boa sorte para o resto da campanha.
Sinceramente, é muito
Sinceramente, é muito desonesto este artigo. Eu que não sou do PCP percebo perfeitamente a posição do PCP sobre o Euro. Aliás está até disponível no seu sítio da Internet.
Nunca gostei que a deturpação de ideias fosse arma no combate político . O que o PCP defende (li na entrevista do João Ferreira ao I e li na sua página da Internet) é que o PCP/CDU entende que Portugal vai sair do Euro, seja por vontade própria (que consideram necessária) ou porque somos empurrados para sair. O que o PCP/CDU diz em que seria um desastre para o país ser o actual governo a conduzir a saída do Euro, logo colocam como condição para essa saída a eleição de um governo de esquerda. A mim parece-me muito claro. Acho que seria muito positivo para o Bloco de Esquerda, pelo menos para mim seria muito muito positivo, se o autor do artigo o reformulasse. É a minha opinião.
Agora também pedia ajuda, estou farto de tentar perceber a posição do Bloco em relação ao Euro. Sei que foram sempre entusiastas da ideia, mas agora parece que não. Se for com textos destes é que não vão lá sinceramente.
O PCP quer a saida do Euro.
O PCP quer a saida do Euro..Quando dentro de dois , ou Vinte anos?
Como propõem que essa saída se faça, através de um referendo?
Quais as condições objectivas que o PCP pensa serem necessárias para essa saída?
Qual a paridade que o escudo teria em relação ao Euro.
Como iriamos ultrapassar o aumento brutal do que importamos?
As nossas exportações são sobretudo produtos petroliferos, e sapatos, e dependem de matéria prima importada, com o seu aumento, qual o seu efeito nas exportações.
Muitos dos produtos alimentares que consumimos são importados, o seu preço iria sofrer um aumento substancial, quais as medidas que deveriam ser tomadas para minimizar esse
problema.
Se a entrada no Euro foi feita sem olhar ás consequências o que os portugueses menos precisam é que se faça uma campanha populista, escondendo as consequências de uma saida precipitada do Euro.
É claro quem assina como
É claro quem assina como Tiago é militante ou MILITANTES do PCP, que foram destacados para este debate, e fica mal tentarem esconder-se.
Como vêm são livres de publicarem as vossas opiniões, aliás desde há algumas horas há uma campanha organizada contra este texto do Teixeira Lopes, o que prova que apesar de algumas ressalvas, ele mexeu com certos sectores do PCP., talvez aqueles mais ligados a interesses chineses ou angolanos.
Mas o debate isto, sem condicionantes.
Para mim esta resposta diz
Para mim esta resposta diz tudo sobre sectarismo. Mau de mais, quem tem ideias é obrigatoriamente de um Partido. Quem faz perguntas sobre as posições do Bloco é do PCP. Queria ser esclarecido e não fui. Ponto final.
Tiago, acho o seu comentário
Tiago, acho o seu comentário muito desonesto ao acusar o Bloco de ter sido sempre entusiasta da ideia do euro. Dizer isso sem apresentar qualquer fundamento, que não existe, é próprio daqueles caluniadores profissionais que andam aí pelas caixas de comentários... Sobre a posição do PCP, é mais desonesta por outro motivo: não diz que quer sair do euro para não assumir a consequência dessa posição, que é a defesa da desvalorização dos salários e das pensões. Ao menos nisso, o MRPP é honesto: não tem vergonha da foice e do martelo nem do regresso do escudo desvalorizado. Quanto ao debate no Bloco sobre o euro, são bem conhecidas as várias posições que se expressaram livremente na Conferência, sem unanimismos, anátemas ou exclusões. Basta ir a www.bloco.org e clicar na caixa da Conferência Nacional que está na coluna lateral. Passe bem!
Peço desculpa, tinha dito que
Peço desculpa, tinha dito que não respondia mais, mas não gosto de ser acusado de desonesto. O Francisco Louça sempre apoio o Euro. Aliás o Bloco sempre foi um entusiasta da própria União Europeia. Agora, felizmente, mudou a sua posição e acha que a União Europeia se afastou do seu caminho original. Esta é uma posição que é contrária ao do PCP que sempre considerou a UE como um polo capitalista. Sobre o MRPP não falo porque é subsídio-depedente do PS, conheço a sua história, algumas pessoas e não coloco no mesmo patamar que o BE e o PCP, que julgo serem de pessoas realmente interessadas em fazer alguma coisa.
Sobre a questão do PCP esconder a foice e o martelo não percebi sinceramente, quando os vejo na rua andam sempre com as bandeiras com a foice e o martelo. O sítio deles,facebooks, é foices por todo o lado, a sede ao lado da minha casa tem uma foice e martelo logo à entrada. Esses comentários são para quê? É discussão política? Vocês gostam do MRPP?! Onde moro sei que é o PS que lhes paga os cartazes nas autárquicas, aliás é coisa conhecida (pelo menos aqui) e por isso é nunca saiem da cepa torta.
Se houver alguém do Bloco interessado em trocar ideias e esclarecer dúvidas que eu tenho ajudava, se forem todos assim... é uma desgraça.
Para não haver dúvidas:
http://www.dn.pt/inicio/economia/interior.aspx?content_id=1884007&seccao...
http://economico.sapo.pt/noticias/a-hipotese-de-saida-do-euro-e-inaceita...
Duas entrevistas do Louça. E é tudo. Pedir para ser esclarecido, ser atacado, chamado de mentiroso, é demais. Acho que os excertos das entrevistas dizem tudo. São de 2011. O que perguntei foi o que mudou, para mudarem de posição... é pedido de esclarecimento, não é gozo. Mas parece que só quem diz amen é que pode fazer perguntas, os outros com dúvida... são agentes do PCP à paisana. Por amor da santa.
Só de olhar para a lista de
Só de olhar para a lista de comentários teus publicados antes e depois deste, parece-me que já desististe de ficar à paisana há algum tempo... ;)
Não percam tempo com roupa
Não percam tempo com roupa suja. Utilizem o vosso tempo para acrescentar algo de positivo à vossa capacidade de argumentar e conseguir um debate sério. Sugiro-vos o texto da conferência proferida por Álvaro Cunhal a 21 de Maio de 1993, em Ponte da Barca, inserido no ciclo de conferências e debates promovido pela Câmara Municipal local intitulado «Conversas com endereço». Tema “O comunismo hoje e amanhã” que considero obrigatório para todos aqueles que se sentindo de esquerda não encontram respostas aos problemas dos dias de hoje. Repararão com certeza que até para as questões relativas ao euro e à Europa a resposta está sempre na união de todas as forças.
http://www.dorl.pcp.pt/index.php/obras-alvaro-cunhal-menumarxismoleninis...
João Castro
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