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Cimeira da Ação Climática arranca com compromisso pela neutralidade carbónica

Na abertura da Cimeira da Ação Climática soube-se que são 66 os Estados-membros a aderirem ao objetivo da neutralidade carbónica em 2050 – ou seja, não emitir mais gases com efeito de estufa do que aqueles que se conseguem absorver.
Cimeira da Ação Climática arranca com compromisso pela neutralidade carbónica
Foto da greve climática em 2018 na Suíça.

Os 193 Estados-membros das Nações Unidas estão reunidos na Cimeira da Ação Climática, em Nova Iorque. A reunião pretende anunciar compromissos e projetos concretos para reforço do combate às alterações climáticas.

Pouco antes do início da Cimeira da Ação Climática, a ONU fez saber que 66 Estados aderiram até agora ao objetivo de neutralidade carbónica em 2050. Ou seja, não emitir mais gases com efeito de estufa do que aqueles que se conseguem absorver até meados do século, um objetivo fixado pelos cientistas para conter o aquecimento global, noticia a agência Lusa.

António Guterres, secretário-geral da ONU, discursou na abertura da Cimeira da Ação Climática para a Juventude, organizada no passado sábado e associada à reunião de hoje, afirmando que existe um “conflito sério entre pessoas e natureza”, defendendo que o mundo precisa de um novo modelo de desenvolvimento, ligado às alterações climáticas, que garanta justiça e igualdade entre as pessoas, mas também uma relação boa entre a população e o planeta.

Segundo Guterres, a cimeira pretende ser um ponto de inflexão e dar uma nova dinâmica e “impulso aprimorado” ao combate às alterações climáticas para que seja alcançado o objetivo de reduzir as emissões globais de gases com efeito estufa em 45% nos próximos dez anos e alcançar a neutralidade carbónica até 2050. Entre as soluções em cima da mesa constam igualmente o fim dos subsídios no uso de combustíveis fósseis e o aumento do preço a pagar pelas emissões de carbono.

Mas a cimeira servirá sobretudo para pressionar os países a agir para cumprir o acordo de Paris, no qual os governos se comprometeram a limitar o aumento da temperatura média para 2ºC acima da era pré-industrial – desde então, a temperatura do planeta já subiu 1ºC.

“As emissões continuam a aumentar e a situação está a ficar pior. Estou plenamente convencido de que as alterações climáticas são a grande questão do nosso tempo”, afirmou António Guterres.

Os países do G20 são responsáveis por 80% de todas as emissões, mas segundo a ONU, não estão a fazer “nem perto do suficiente” para diminui-las e cumprir com o Acordo de Paris. Pelo contrário, são os países mais pobres e com menor pegada poluente que estão mais vulneráveis ao aumento dos níveis do mar e à seca.

Greta Thunberg confronta líderes políticos com as suas “palavras vazias”

Uma das oradoras do primeiro dia da cimeira foi a jovem sueca Greta Thunberg, que iniciou o movimento das greves climáticas estudantis. "Como é que se atreveram? Vocês roubaram-me os sonhos e a infância com as vossas palavras vazias”, disse a ativista à plateia de representantes dos governos de todo o mundo.

"Eu não devia estar aqui, eu devia estar na escola, do outro lado do oceano", afirmou Greta Thunberg, acusando os líderes políticos mundiais de só falarem de dinheiro e "dos contos de fadas do crescimento económico eterno”.

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