Marisa Matias

Marisa Matias

Eurodeputada, dirigente do Bloco de Esquerda, socióloga.

Na última semana gerou-se, e bem, uma onda de solidariedade com Miguel Duarte, o jovem português acusado pelo governo italiano por “ajuda à imigração ilegal”.

Esta Europa diz querer-se autónoma e unida. Depois de ter falhado a união por via de políticas que servissem efectivamente as suas populações, as lideranças europeias passaram buscá-la em outras miragens.

Esta semana comemoraram-se os 75 anos do Dia D. Mais de 10 mil homens das tropas aliadas britânicas desembarcaram na Normandia, naquele que ficou conhecido como o momento de viragem na segunda guerra mundial.

Dir-nos-ão que saímos agora mesmo de um ciclo eleitoral. Saímos? Tenho sérias dúvidas.

A fraqueza que encontrou no Parlamento para juntar vozes e acções no combate às alterações climáticas contrastam com a força que os jovens trazem para as ruas na sua greve climática. Greta não está sozinha.

Katie Bouman e Margaret Hamilton “pousam” lado a lado na montagem fotográfica que o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) publicou.

As chamadas para o centro de informação direta da União Europeia aumentaram exponencialmente nos primeiros três meses deste ano e a razão é o Brexit.

A proposta inicial da Comissão Europeia não continha o artigo 13. Se ele chegou à versão final foi pela força do lobby da indústria. Não só os criadores não saem protegidos, como se cria uma internet cheia de exclusões.

Portugal é dos países que mais penaliza quem se reforma antecipadamente e menos beneficia quem trabalha mais anos do que deve.

Náusea e vergonha é o que sinto pela proposta do PP espanhol, na sua lei da maternidade, que lançou a suspeita de que os trâmites de expulsão das mulheres grávidas imigrantes sem papéis fossem adiados se elas dessem os seus filhos para adopção.