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Com as crianças em casa. E agora?

É um desafio manter crianças ocupadas dentro de casa tantos dias seguidos e mais ainda se ao mesmo tempo tivermos de manter o ritmo em teletrabalho. Ficam algumas sugestões para estes dias de isolamento  social. Por Joana Louçã.

 - manter uma rotina igual à da escola: sesta, refeições, manter a maior proximidade possível aos horários escolares, apoiar no e-learning e para os mais pequenos falar com as educadoras e pedir os nomes das canções que cantam na creche e aquilo que estavam a aprender (segurar e usar lápis de cera, por exemplo);

 - fazer um mapa com tarefas e atividades: envolver  as crianças na escolha e planeamento dos dias;

- dividir as tarefas domésticas: deixar que as crianças (e todas as pessoas da família) participem na confeção das refeições, a fazer as camas, estender a roupa, pôr a mesa e arrumar a loiça;

 - criar juntos: construir jogos, fazer desenhos, máscaras, prendas do dia do pai, prendas para depois dar aos avós, forrar uma parede da casa com papel de cenário e pintá-la, fazer um mural na varanda ou numa pequena parede vazia com restos de tinta, etc.;

- gastar energia: é importante manter os momentos de motricidade, pode ser dançando juntos, seguindo aulas online (a escolha é imensa, mas por exemplo aqui, aqui ou aqui ficam três sugestões de fitness, hip hop e body combat), imitando coreografias de videoclipes, pôr os pequeninos a dar aulas de ginástica aos crescidos, criar circuitos com almofadas e túneis (também conhecidos como cadeiras e mesas), tudo é possível;

- cozinhar com tempo: fazer pão em casa, pasta italiana ou bolachas, há inúmeros sites de receitas para fazer com crianças (por exemplo, nutella vegan aqui, receitas pictóricas aqui, aqui algumas receitas que usam e explicam metodologia Montessori);

- realizar projetos: jardinagem, experiências científicas (sugestões de experiências de matemática aqui), redecorar a casa, arrumar ou alterar, juntos, o lugar das coisas;

- sozinhos mas não sós: tirar fotografias temáticas e partilhar com outros grupos de pais e esperar pelas respostas, fazer videochamadas com os avós e amigos, porque não criar momentos coletivos de leituras de histórias com os netos ou com os filhos dos amigos? A Associação Nacional para o Software Livre criou um site com uma lista de programas livres e gratuitos para ensino à distância que também pode ser usado para outros fins, como uma grande reunião familiar ou de amigos;

- ouvir podcasts: para fugir ao tema do momento há podcasts para todos os gostos, música clássica (Allegro Mágico, em castelhano), rock e pop (“Spare the rock, spoil the child”, “The saturday morning cereal bowl”, “All songs considered” norte-americanos), de histórias (como “Maritaca” e “Histórias de ninar para garotas rebeldes”, ambos em português do Brasil) ou de divulgação científica (“Coisa de criança” também em português do Brasil);

- do it yourself: aprender a fazer papel reciclado, areia mágica, plasticina, tinta comestível (para bebés), criar jogos de associação de cores, números, formas geométricas, fazer puzzles a partir de desenhos, criar jogos de memória com cartas desenhadas em conjunto (usando a caixa dos cereais, por exemplo) e criar instrumentos musicais e dar (pequenos!) concertos em família;

- filmes diferentes: quando já não consegues ouvir o genérico do Mickey e os superpilotos e nem a Vampirina aguentas, experimenta filmes diferentes - Chaplin, Buster Keaton, Mr Bean, Miyazaki… Podes sempre procurar sugestões na programação anterior da Cinemateca Júnior ou nos festivais de cinema para crianças;

- quebrar a rotina de forma planeada: combinar que daqui a dois dias vamos acampar na sala, montar a tenda, dormir em sacos-cama e tudo; inventar uma ida à praia em que todos se vestem de fato de banho, enchem alguidares com um pouco de água e brincam com brinquedos da praia; fazer um almoço de picnic na varanda;

- inspiração online: há museus com visitas virtuais (por exemplo, o Museu Calouste Gulbenkian aqui, o Museu Nacional de História Natural dos Estados Unidos - Smithsonian Institute aqui), aulas e atividades online (há muitas contadoras de histórias a fazer diretos diários no instagram, como aqui, aqui ou aqui, as Bibliotecas Municipais de Lisboa vão ter histórias diárias aqui), já há e vai aumentar a variedade da oferta;

- momentos a sós também são valiosos (e o teletrabalho não se faz sozinho): redescobrir todos os jogos de tabuleiro da casa para brincar com os irmãos, reabrir a caixa dos legos ou criar um cesto de roupa para disfarces são sempre boas opções!

Sobre o/a autor(a)

Doutorada em sociologia da infância
Termos relacionados #FicaemCasa, Covid-19, Sociedade
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