A pandemia trouxe grandes mudanças à situação global política, social, económica, ambiental, cultural. A crise sanitária evolui para uma profunda crise económica, cujos traços importa analisar.
A retoma da economia não será miraculosa porque as empresas ficaram endividadas e procurarão cortar emprego e salário, as famílias empobreceram e vão reduzir o consumo. Os governos irão mais tarde ou mais cedo procurar “sanear” as finanças públicas às custas dos de sempre. Por Michel Husson.
O resultado final da crise económica será determinado pelas relações entre forças sociais. O mais certo não será o abandono do neoliberalismo, nem tão pouco um estado monstruoso trumpiano, mas em vez disso a tentativa dos governantes neoliberais de transferir o peso da dívida para os trabalhadores. Por Gilbert Achcar.
Ainda é possível que todos fiquemos bem. Mas isso dependerá de nós, da nossa capacidade de impedir que tudo volte a ser como era. Se a tarefa parece ser assustadora, devemo-nos lembrar que não somos totalmente impotentes. Por Cinzia Arruzza e Felice Mometti.
Com o confinamento e o encerramento de fábricas, a procura mundial de petróleo caiu a pique e a capacidade de armazenamento está a esgotar-se. Há produtores a pagar fortunas para armazenar o produto em alto mar. A queda do preço coloca em maus lençóis os países dependentes da exportação. Artigo de Atif Kubursi.
Entre as medidas do governo de Madhya Pradesh, o quinto estado mais populoso da Índia, está o aumento da jornada laboral para até 72 horas semanais. Artigo de Praveen S. para o Brasil de Fato
A crise não derrotou magicamente o neoliberalismo nem abre uma avenida para um Green New Deal ou um novo Plano Marshall. É precisa uma “radiografia o mais precisa possível da situação que enfrentamos” e das relações de forças sociais existentes. Por Alejandro Pedregal e Jaime Vindel.
O que falhou e acertou no combate do governo chinês ao novo coronavírus? Que sistema de saúde existe no país e que consequências terá a crise económica? E como tudo isto afetará os movimentos sociais do país? O ativista e editor da revista Made in China, Kevin Lin, dá as respostas nesta entrevista.
Devido às falhas do mercado e ao desenvolvimento das tecnologias da informação, o planeamento económico democrático é mais urgente do que nunca. É a forma de construir uma sociedade livre da ditadura do capital e de enfrentar a crise ambiental. Entrevista com Cédric Durand.
Primeira parte da análise ao estado da economia entre a crise económico-financeira de 2007-2009 e o surgimento da Covid-19, pelo economista François Chesnais.
Marisa Matias considera o resultado do Eurogrupo “um fracasso”. Os eurodeputados do Bloco apresentaram uma proposta alternativa para a economia europeia. Leia aqui na íntegra.
Enquanto o interesse público é excluído da agropecuária e da fábrica de produtos alimentares, os patógenos superam a bio-segurança que a indústria está disposta a garantir ao público. O agronegócio está em conflito com a saúde pública. E a saúde pública está a perder. Por Rob Wallace, Alex Liebman, Luis Fernando Chaves e Rodrick Wallace
Boaventura Sousa Santos escreve sobre alguns dos grupos para os quais este período tem sido mais difícil: mulheres, trabalhadores precários e informais, moradores nas periferias pobres e idosos.
A Oxfam lançou o alerta: se não forem tomadas medidas urgentes, a pobreza global poderá abranger 8% da população mundial. Isso seria um retrocesso de décadas para vários países, aponta o estudo apresentado em vésperas da reunião dos ministros das Finanças do G-20.
A resposta europeia à crise resume-se a três instrumentos de dívida. Tudo o que poderia constituir uma resposta a sério, ou ficou fora do documento, ou ficou adiado para o Conselho ou para as calendas, afirmam Marisa Matias e José Gusmão sobre as decisões do Eurogrupo.
Enquanto a gestão da crise após 2008 estava preocupada com a liquidez, a principal preocupação agora é a solvência. E essa generalização de resgates e “despejos de helicópteros” de dinheiro – por mais desiguais que sejam – gera uma crise muito diferente em termos políticos e morais. Por Bue Rübner Hansen.
A pandemia de Covid-19 é a segunda grande crise da globalização numa década. A primeira foi a crise financeira global de 2008-2009, da qual a economia global levou anos para parecer recuperar. Por Walden Bello
A atividade económica estagnou parcialmente e este súbito travão está a regressar, como um bumerangue, para ter impacto nas finanças. Esta implosão das finanças irá, por sua vez, agravar a recessão. Por Michel Husson.
O plano de estímulos à economia que resultou do acordo entre republicanos e democratas surpreendeu pelo valor histórico: 2 biliões de dólares. No entanto, o plano virado para o resgate de Wall Street e das grandes empresas não resolve os problemas de um país cada vez mais desigual.
Os custos das emissões estão a disparar, a dívida das empresas é gigante, os juros na zona euro são negativos e o nível de coordenação internacional é menor.