Ao contrário de outros países, o debate sobre a Uber em Portugal não deu a mesma atenção no plano legal aos problemas de emprego e condições de trabalho, centrando-se sobretudo na questão da concorrência desleal. Artigo da socióloga Maria da Paz Campos Lima.
Táxis contra Uber. Ideologicamente mostrada como escolha entre antiguidade onerosa e burocrática e leveza contemporânea barata, a guerra comercial do transporte individual de passageiros é também disputa política sobre regulamentação, liberalização e municipalização e direitos dos trabalhadores.
As aplicações para smartphone há muito que sabem o valor dos dados que recolhem quando o negócio é a privacidade. As aplicações das plataformas online de transporte ou de entregas, como a Uber, têm uma moeda de troca própria: os dados de mobilidade. E estão a fazer valê-la na relação com as cidades.
O crowdworking usa uma plataforma para ligar organizações ou indivíduos a outros em troca de pagamento. Um recente projeto europeu de investigação quer analisar estratégias de sindicatos ou movimentos alternativos que representem “crowdworkers” Artigo de António Brandão Moniz e Nuno Boavida.
Precários fizeram a 8 de maio o primeiro protesto global contra o poder “invisível” das empresas-aplicação. Em São Paulo, dois investigadores fizeram dezenas de entrevistas e apostam: surgem novas formas de resistência no meia da ultra-exploração. Por Felipe Moda e Marco António Oliveira/Outras Palavras.
Nesta entrevista a IHU, o sociólogo brasileiro Ricardo Antunes fala sobre o proletário da era digital e da sua inserção no mundo do trabalho, tema do seu novo livro “O Privilégio da Servidão. O Novo Proletariado de Serviços na Era Digital”.
Uberização no feminino. Um retrato de como este fenómeno é vivido pelas mulheres. São testemunhos brasileiros mas que soarão familiares em muitas zonas do globo. Texto de Julia Dolce da Agência Pública.
Não será hora de trilhar o caminho para pôr fim às relações de subordinação próprias do contrato de trabalho, reforçando os direitos sociais? Artigo de Danièle Linhart no Le Monde Diplomatique.
O capitalismo sempre quis colonizar o nosso tempo. A apropriação de cada um dos nossos minutos, marcados por esse instrumento violento chamado relógio, é uma arma poderosa para ditar e comandar a organização da vida pessoal, social e familiar.
A uberização atinge até os setores mais surpreendentes. Sem contratos ou direitos, o uberproletariado fica mais vulnerável à exploração. Como mostrou cruelmente a onda de calor em França. Felizmente, a resistência organiza-se. Essa não é uberizável.
A uberização é a precariedade acima de todos, o desfazer dos vínculos contratuais e a anulação dos direitos dos trabalhadores. Analisamos o novo modelo de organização do trabalho imposto a quem é empregado nas plataformas de serviços online para transporte individual ou distribuição de bens e serviços. Dossier organizado por Carlos Carujo.