O Senado italiano aprovou esta quinta-feira por larga maioria a lei do testamento vital. Na Austrália, o estado de Victoria tornou-se o primeiro a legalizar a morte assistida.
Na apresentação, José Manuel Pureza salientou: “O desafio que estamos aqui a assumir é o da ampliação dos direitos, da tolerância e da razoabilidade na sociedade portuguesa”.
Nesta quarta-feira, o Bloco de Esquerda promove uma audição pública na AR às 18h com a participação de Inês Godinho, João Semedo e José Manuel Pureza, onde será apresentado o anteprojeto de lei de despenalização da morte assistida, do Bloco de Esquerda.
Na véspera do seu 85º aniversário, o Nobel da Paz sul-africano e Arcebispo emérito da Cidade do Cabo afirma que o direito a morrer com dignidade faz parte da “compaixão que está no centro dos valores cristãos”. Leia aqui o artigo de Desmond Tutu, publicado no Washington Post.
O movimento cívico pela despenalização da morte assistida promove este sábado uma sessão pública às 17h na Escola Secundária Pedro Nunes, em Lisboa. Ao início da tarde terá lugar uma assembleia do movimento.
Em Portugal está aberto o debate sobre a despenalização da morte assistida. Em causa está um direito fundamental: o direito a morrer com dignidade, à autonomia e liberdade individual de cada um e de cada uma. Dossier organizado por Mariana Carneiro.
Somam-se as vozes de médicos e outros profissionais de saúde que confirmam a prática da eutanásia nos hospitais portugueses. Fora dos meios hospitalares, a compra de medicamentos pela internet permite que a morte chegue pelo correio, com todos os riscos que a situação acarreta.
A eutanásia propriamente dita só existe na Holanda e na Bélgica. Os restantes países legislaram sobre o suicídio assistido, com mais ou menos regras, com mais ou menos possibilidades.
Desde que nascemos há uma certeza que nos assiste: um dia, iremos morrer. Mas, apesar desta inevitabilidade, a morte arrasta consigo debates intensos. Artigo de Cristina Andrade.
Em entrevista ao Esquerda.net, o deputado bloquista José Manuel Pureza defendeu que “importa reconhecer na lei o direito de todos/as de decidirem livremente que, em termos da dignidade que exigem para toda a sua vida, chegou o momento do fim” e o direito dos/as médicos de acederem ao “pedido de ajuda para concretizar essa decisão, sem estarem sujeitos/as a pena de prisão”.
Aqui defende-se que cada uma e cada um possa, (auto)definir-se, escolhendo as suas escolhas, traçando os seus planos de vida, mesmo que nada disto encontre o conforto da maioria da adesão social. Artigo de Isabel Moreira.
A poucos dias de novo debate parlamentar sobre a despenalização da morte assistida, republicamos este artigo de João Semedo, em fevereiro de 2016, acerca de uma das causas a que dedicou os últimos anos de vida.
Aceitar a legalização da eutanásia exige-nos a capacidade de aceitar que o “outro em sofrimento” não queira viver um pesadelo existencial sem outra saída que não seja a morte. Artigo de Francisco Teixeira da Mota.
O paternalismo está a roer todos os valores; é um vírus que ataca regularmente a melhor ideia que a humanidade teve, aquela que dá pelo nome de Declaração Universal dos Direitos do Homem. Artigo de Inês Pedrosa.
O Manifesto em Defesa da Despenalização da Morte Assistida foi subscrito por mais de cem personalidades de vários quadrantes da sociedade portuguesa e mais de 7.700 pessoas já assinaram a petição Pelo Direito a Morrer com Dignidade, que será debatida em plenário da Assembleia da República.
Durante o programa “Em Nome da Lei”, da Rádio Renascença, Ana Rita Cavaco sublinhou que viu “casos em que médicos sugeriram administrar insulina àqueles doentes [terminais] para lhes provocar um coma insulínico”.
A petição precisava de alcançar as 4 mil assinaturas para ser discutida na Assembleia da República. Esse objetivo foi ultrapassado menos de 48h depois de a subscrição do documento ter sido tornada pública.
Cada homem e cada mulher têm o direito de decidir, em liberdade e em consciência, que a sua vida se completou, quando o que têm pela frente, irreversivelmente, é apenas a sobrevivência do corpo num caminho de degradação crescente.
Bastou o Manifesto “Direito a morrer com dignidade” para a prepotência de matriz conservadora vir a terreiro com tudo o que de pior tem a política portuguesa.
Nunca é tarde para tudo fazer no sentido de garantir a possibilidade a qualquer pessoa de exercer um direito fundamental. E na questão da Morte Assistida, é tão-somente disso que se trata.
João Semedo, dirigente do Bloco, afirma que a defesa de um referendo sobre a morte assistida tem como objetivo evitar a discussão e adiar a solução da despenalização da morte assistida.