O VELHO REI ESTÁ POR TRÁS DO GOLPE
Por Martino Mazzonis, do Liberazione
Tanques nas ruas de Banguecoque mas nem uma gota de sangue. Há semanas que todos na Tailândia já sabiam que vinha aí o 18º golpe de Estado da história contemporânea do país. E ninguém se surpreendeu ao ver os soldados com flores amarelas na ponta das espingardas: era o símbolo da fidelidade ao rei Bhumibol Adulyadej, há 60 anos no poder e figura-símbolo deste paraíso asiático do turismo.
O general Sonthi Boonyaratglin, comandante da junta que deu o golpe enquanto o primeiro-ministro Thaksin Shinawatra estava na Assembleia Geral da ONU em Nova York, anunciou que dentro de duas semanas os seus homens deixarão o poder; que será escrita uma constituição provisória a ser submetida a referendo, nomeado um novo governo,.E depois, dentro de um ano, haverá novas eleições. Não é portanto apenas um chega-para-lá em Thaksin, mas um golpe na sua plena acepção, com redacção de uma nova carta constitucional e um hiato de 12 meses no poder democrático.