Dennis Brutus partiu pedras ao lado de Nelson Mandela quando estavam encarcerados juntos na tristemente célebre prisão da ilha Robben. O seu delito, semelhante ao de Mandela, foi lutar contra a injustiça e o racismo, desafiar o regime do apartheid na África do Sul. As armas de Brutus foram as suas palavras: elevadas, fulgurantes e poéticas. Foi excluído, censurado, e alvejado. Mas o seu compromisso, activismo de poeta e a sua defesa dos pobres, nunca vacilaram. Brutus morreu enquanto dormia a 26 de Dezembro na Cidade do Cabo, aos 85 anos de idade, mas viveu com os olhos bem abertos. A sua vida resume o século XX, e, inclusive até aos seus últimos dias, inspirou, guiou e mobilizou as pessoas na luta pela justiça no século XXI.