A repetição das eleições espanholas desanimou muitas pessoas e a dificuldade de ver uma alternativa imediata não mobilizou outras, portanto mais abstenção, mas os resultados impõem-se e não pode haver dúvidas: o impasse continua mas a direita recuperou capacidade de iniciativa.
Falhou a aventura de Cameron, que foi apoiada a contragosto pelas autoridades europeias, mas a Escócia pode a partir de hoje escolher ser independente e a Irlanda pode escolher unificar-se. Na Europa, tudo mau.
Viro-me agora para a esquerda britânica que, perante o condicionamento do referendo pela luta interna das direitas, se vê aprisionada num processo que não desejou, não controla e escassamente influencia.
O referendo britânico da próxima semana começa a tornar-se um susto para a União Europeia e deixou de ser visto condescendentemente como um mero jogo de Cameron, para passar a ser sentido como uma ameaça real.
Não houve debate no congresso do PS? Poderá ter havido pouco, mas será um exagero dizer que não houve ideias. Entre várias intervenções com ideias (não ouvi tudo), destaco uma, a de Ferro Rodrigues.
O FMI está numa crise de identidade e quem lê o Jornal de Negócios não estranhará essa conclusão, que releio a partir de uma análise que publiquei recentemente (deixo a discussão do que se passa na União Europeia para outras núpcias).