Um ato de desespero para garantir um grande negócio aos privados. Só assim pode ser lida a decisão do Governo de, por ajuste direto, à revelia de todas as regras e contra a opinião de utentes, autarcas (reunidos na passada sexta-feira) e trabalhadores, concessionar os transportes do Porto.
Jornais e televisões andam desde quinta-feira a repetir um comunicado do governo segundo o qual os “homossexuais vão poder dar sangue”. Vai-se ver do que se trata e é exatamente o contrário.
Em tempos difíceis, é certo que não há varinhas mágicas para resolver os problemas. Mas mais do que nunca, precisamos de coragem e de começar pelos princípios.
É ao político conservador britânico Benjamin Disraeli que se atribui a conhecida proposição segundo a qual há três tipos de mentiras: as mentiras comuns, as mentiras sagradas e as estatísticas. O atual debate em torno do emprego parece confirmar essa máxima.
Passos, que encheu o peito para dizer que está “a lutar por abril” e que “tem a chave do futuro” na mão, assume-se agora como o grande defensor do “Estado Social”. Solte-se uma gargalhada.