Em declarações ao esquerda.net, André Pereira, da Associação de Estudantes (AE) do ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa, explicou quais as razões que estão na origem da manifestação dos estudantes do ensino superior que se irá realizar a 22 de novembro.
Entre 2005 e 2012, o financiamento público das universidades já foi reduzido em 144 milhões. Para 2013, avizinha-se uma nova redução orçamental de, pelo menos, 5%, que irá comprometer ainda mais a estabilidade e qualidade do ensino superior.
Nos dias 24 e 25 de Novembro, a Rede 8 de Março promove um fim de semana de ação que culminará com a realização da II Marcha Pelo Fim da Violência contra as Mulheres, no domingo, às 15h, no Largo Camões, em Lisboa. Rita Redshoes atuará no evento cultural de sábado.
Movimentos sociais e ativistas repudiam a carga policial do dia 14 de novembro e exigem um inquérito à atuação das forças de segurança. E afirmam que um dia nacional e internacional de mobilização histórica não pode ser desvalorizado ou esquecido, quer pela comunicação social, quer pelo governo.
Com greve marcada para 27 de novembro, “reclamam mais efetivos para as corporações profissionais e dizem não aos cortes e ao cancelamento dos ingressos e progressões na carreira”. E alertam que “o socorro é deficiente” nalgumas cidades.
Em Portugal, as famílias suportam uma das propinas mais caras da Europa. Quase metade dos estudantes do ensino superior passam por dificuldades económicas e o número de bolsas concedidas pelo Ministério da Educação é cada vez mais diminuto. No ano letivo de 2011/2012, mais de 7.000 estudantes cancelaram a sua matrícula por razões económicas.
Até à data, 15 Associações de Estudantes do ensino superior já confirmaram a sua adesão à manifestação de dia 22 de novembro. Os estudantes reivindicam a reposição do passe escolar, um regulamento de atribuição de bolsas e uma Ação Social mais justos, mais financiamento para as instituições de Ensino Superior e o fim dos consecutivos aumentos das propinas.
Resultados definitivos dos Censos 2011 mostram um país a envelhecer aceleradamente: há menos jovens, mais idosos, a população ativa envelhece. “É como um navio que se está a aproximar de um iceberg e não se consegue afastar”, desabafa responsável do INE.