Sem uma transformação do poder local, sem uma redefinição das estruturas das relações de poder e do seu corolário como efetiva distribuição relacional do poder pelos cidadãos e movimentos sociais, o espaço político continuará refém da inércia reprodutora dos vícios e negligências.
O que a narrativa da tristeza não pode obliterar é que este povo que se indigna faz uma escolha. E essa escolha não é, predominantemente, entre a alegria ou a tristeza. É entre a resignação e a esperança.
Uma distância é imutável; percorrer a mesma, de forma mais ou menos prazerosa, mais ou menos breve, mais ou menos sofredora, depende dos meios e forma de percorrer.
Na Galiza, como em Portugal, a crise manifesta-se em máximos históricos de desemprego. O rumo da Europa do diretório e da banca tornou mais dolorosos os caminhos de Santiago.
Muito se escreveu sobre Chipre. Quero acrescentar quatro notas incómodas para quem quer pensar alternativas viáveis e mobilizadoras à estupidez das instituições europeias.
O PS e a UGT enfraquecem com a sua fraqueza a luta social. Das duas uma: ou enfrentam a ditadura da austeridade ou tornam-se definitivamente seus cúmplices.
Não é difícil perceber que a medida cipriota, mesmo que não seja concretizada, leva os grandes aforradores a rumar a novos paraísos fiscais mas muitos a escolherem o centro da Europa. É pois uma medida que fortalece e beneficia a banca alemã.
Perante o dilema de votar no candidato do Partido Democrático à Presidência do Senado ou abster-se, levando à eleição de um berlusconiano acusado de corrupção, um conjunto de senadores do M5S infringiu a imposição de Beppe Grillo. Abriu-se uma crise no movimento.