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Jardim a três meses de bater Salazar!

Nesta segunda-feira, dia 17 de Março, Alberto João Jardim assinalou 36 anos de governação na Madeira, apenas a 3 meses de igualar o tempo que Salazar esteve na presidência do Conselho.

 

Sempre eleito, como alguns dos mais cruéis ditadores da História, o homem que domina a Madeira conseguiu imprimir uma “evolução na continuidade” aquando do epílogo da ditadura derrubada há, precisamente, 40 anos. Lavou a cara ao fascismo que advogava, mascarou-se de democrata e continuou a obra do ditador de Santa Comba Dão, numa versão light e soft, adaptando-se às regras de uma Democracia que nunca chegou a ver a luz do dia neste arquipélago. Fingindo-se 'democrata', submeteu-se a todas as eleições sem nunca ter abdicado dos métodos utilizados por qualquer ditador que se preze: as ameaças, as perseguições aos funcionários públicos e suas famílias, as alegadas golpadas nos atos eleitorais, o controlo de todas as associações desportivas, recreativas e religiosas que dependem financeiramente do governo regional, a asfixia financeira a que submeteu as poucas Câmaras e Juntas de Freguesia que durante o seu 'reinado' fugiram ao seu controle. Só faltou deportar os opositores para um qualquer tarrafal, o que só não fez, pelo facto de poder ser alvo de sanções da República e da União Europeia. Ao longo destes 36 anos contou sempre com a cumplicidade das instituições da República, cujo Parlamento e Presidente sempre olharam para a instrumentalização dos órgãos de governo próprio da região e para os atropelos à Constituição da República Portuguesa com complacência criminosa e cobarde.

Na Madeira, as instituições de representação da República – sobretudo os Ministros da República, agora denominados de Representantes – sempre pactuaram com os escandaloso desrespeito do governo pelo parlamento regional onde sua excelência, o “ditador das ilhas”, nem aparece quando submetido a uma Moção de Censura. O 'sequestro' do parlamento regional pelo governo, que não se deixa fiscalizar, constitui um dos maiores atentados à Constituição e é, por si só, motivo de dissolução daquele que deveria ser o primeiro órgão de governo próprio desta Região.

Perante tais anormalidades democráticas, e perante a passividade dos órgãos da República, cresce, junto da população, que aspira por uma Mudança rumo à Liberdade e à Democracia, uma vontade de derrubar este poder absoluto. Contudo, e após o sucesso histórico de uma coligação alargada que correu da presidência da Câmara do Funchal o PSD jardinista, o PS parece querer virar-se para a direita, piscando o olho ao CDS, responsável pela austeridade perpétua que esmaga os madeirenses. As convergências que o PS construiu com o CDS, nas eleições autárquicas de 1989 e 2001, no Funchal, revelaram-se já, perdedoras. Por isso, não devem restar dúvidas: É pela Esquerda que vamos! E é pela Esquerda que nos bateremos por um Programa de Governo que rompa com a austeridade, com a ditadura da dívida e que tenha como meta o derrube do PSD/Madeira e a construção de uma alternativa de rutura na governação da Região.

Não queremos, nem aceitaremos, menos que isso!

Sobre o/a autor(a)

Técnico Superior de Educação Social. Ativista do Bloco de Esquerda.
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