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Desemprego em Portugal bate novos recordes

Consulta em Centro de Emprego de Portalegre. Foto LusaOs dados oficiais do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) mostram que em Setembro estavam registados 510.356 desempregados nos centros de emprego, o número mais alto desde, pelo menos, 1977. O Bloco de Esquerda considerou o crescimento do desemprego como a "marca de uma governação que falhou", chamando o novo governo a ter o "bom senso" de abrir a discussão de iniciativas de protecção aos desempregados.

Os mais de 510 mil desempregados inscritos nos centros de emprego representam uma subida de 29,1% - o equivalente a 115 mil pessoas - em relação ao mesmo mês do ano passado, a segunda maior de que há registo. Face a Agosto, o aumento foi de 1,7%, o que representa um acréscimo de 8.693 inscritos. Recorde-se que os dados do IEFP não levam em conta os milhares de desempregados que desistiram de ir aos centros de emprego.

O aumento foi particularmente expressivo entre os que têm menos de 25 anos, com mais 5.466 inscritos do que em Agosto, e ocorreu em todas as regiões do país, com destaque para o Algarve (+88%). Operários da indústria extractiva e da construção civil são os mais afectados por esta evolução.

A não renovação de vínculos precários continua a ser o principal motivo de desemprego (justificando 42% das novas inscrições), mas os despedimentos também aceleraram, quer em termos homólogos (+4,6%), quer em comparação com o mês anterior (37,4%), abrangendo mais de 10 mil pessoas.

A subida do desemprego em Setembro foi considerada "normal", por motivos sazonais, pelo presidente do IEFP, Francisco Madelino.

Já para o Bloco de Esquerda, representa "a marca de uma governação que falhou relativamente ao combate ao desemprego", disse a deputada Mariana Aiveca, que insistiu na alteração das regras do subsídio de desemprego, de forma a aumentar o número de desempregados abrangidos.

"Apresentámos já vários projectos de lei, não só nas questões do desemprego como noutras, nas pensões, no direito à reforma com 40 anos de trabalho e de descontos", recordou.

A deputada pediu o agendamento urgente do debate sobre as medidas a tomar: "Esperamos que a todo o momento o governo tenha o bom senso de agendar estas matérias porque a necessidade e a urgência é responder aos problemas que afectam as pessoas, nomeadamente aos milhares de desempregados que não param de crescer", sublinhou.

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