José Soeiro

José Soeiro

Dirigente do Bloco de Esquerda, sociólogo.

O Governo resiste a agir sobre a formação dos preços, a atacar a especulação e a estabelecer limites sobre produtos fundamentais. Até quando vamos adiar esta urgência?

Nenhum acolhimento se faz apenas de gestos voluntariosos, de impulsos que podem ser tragicamente passageiros ou de redes informais sem escrutínio.

Além do sofrimento e da destruição que tem causado para quem está diretamente envolvido, a invasão da Ucrânia está a provocar muitas outras consequências perversas para lá do teatro de guerra.

A guerra que a Rússia provocou na Ucrânia tem certamente um contexto, mas bombardear um país como está a ser feito é absolutamente imperdoável e não tem qualquer justificação legítima nem qualquer fator atenuante, por mais pretextos que se invoquem.

No dia em que escrevo, milhares de pessoas saem à rua para celebrar o 8 de março. Não tenho dúvidas de que nas multidões feministas se farão ouvir as vozes contra a invasão e destruição da Ucrânia por decisão de Putin. O combate às violências tem sido parte central do feminismo.

As promessas liberais são um engodo. Se dúvidas houvesse, o caso da privatização da água em Paços de Ferreira é um bom exemplo do que acontece quando um bem público é entregue ao casino dos investimentos privados.

O liberalismo apenas funciona para uns poucos que somam grandes ganhos, mas torna impossível fazer da habitação um direito e é uma tragédia para tanta gente.

António Costa pede agora desbragadamente uma maioria absoluta, ao mesmo tempo que aponta para uma espécie de “gerimpança” que lhe permita governar com o PAN libertando assim o seu futuro executivo dos “empecilhos” da esquerda.

As declarações de Rui Rio, que escolheu dizer que o problema do emprego em Portugal é haver apoios sociais a mais, o que justificaria as queixas dos patrões acerca da falta de mão de obra em determinados setores, são todo um programa.

De cada vez que uma nova notícia destapa mais uma dimensão do que se vive em Odemira, fica mais evidente a barbárie a que estão condenadas milhares de pessoas que têm habitado aquele território.