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O SNS e os TSDT: o que aconteceu?

O valor das profissões que a carreira de Técnico Superior de Diagnóstico e Terapêutica abrange é incalculável para a qualidade de vida dos utentes do Serviço Nacional de Saúde. Artigo de Nuno Malafaia.

Os Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica nasceram da evolução da ciência e da tecnologia aplicada à prática médica inovadora. Felizmente a inovação tecnológica explodiu nos últimos trinta anos e estes profissionais souberam - e sabem - abraçar este desafio constante, através do investimento contínuo na sua formação e dedicação. Por isso o valor das profissões que a carreira de Técnico Superior de Diagnóstico e Terapêutica abrange é incalculável para a qualidade de vida dos utentes do Serviço Nacional de Saúde.

A evolução da ciência na prática clínica atual e a prestação destes profissionais, no diagnóstico e no planeamento das melhores estratégias de tratamento, conferem hoje à medicina um nível de excelência, que não teria aplicabilidade sem a eficiência, eficácia e conhecimentos adquiridos nas últimas décadas destes profissionais, pela excelência das suas práticas, emitindo resultados que permitam aos demais profissionais de saúde, aplicar, eleger e gerir o diagnóstico diferencial, a melhor terapêutica a aplicar aos pacientes e com a maior brevidade possível.

Esta premissa de prática, permite ao utente, muitas vezes, abandonar o ciclo da doença, evitar a sua comicidade, garantido maior qualidade de vida, pré, per e pós doença, com rápido retorno à sua vida ativa, mais saudável física e emocionalmente garantindo igualmente retorno social e financeiro ao país. Em última instância a prática assertiva, conhecedora, especializada, dos profissionais garante sustentabilidade ao SNS, tanto por via da melhoria da qualidade de saúde dos doentes (redução dos gastos na saúde), como por via do rápido retorno dos pacientes à vida contributiva, com saúde, garantindo a sustentabilidade de todos os sistemas de suporte social.

Desta forma, os TSDT regem-se pelos melhores padrões de formação contínua, na procura da evolução constante e que satisfaça a evolução científica na prática clínica, todos os dias. E dos diversos atores profissionais da saúde, os TSDT são, nos processos de diagnóstico e de tratamento, a matriz de suporte dos cuidados de saúde eficientes - estrategicamente posicionados nas valências mais específicas e especializadas do diagnóstico e práticas inovadoras. Permitem assim reduzir o tempo e os riscos cirúrgicos, o flagelo das infeções hospitalares, a recorrência e comicidade da doença, permitindo a implementação e preparação das terapêuticas mais eficientes no timing clínico favorável ao utente nos diversos patamares dos cuidados de saúde.

A prática clínica atual está totalmente dependente da exigente e eficaz colaboração destes atores da Saúde, muitas vezes invisíveis, e por isso muitas vezes esquecidos. No entanto, os cerca de 8000 profissionais no SNS, carreira especial do Estado português, estão disponíveis 365 dias por ano, 24h/dia, expostos aos riscos físicos, químicos, psicossociais e biológicos, como os demais profissionais da saúde. Somam inclusivamente riscos de prática, associados à especificidade das suas profissões, como os riscos de utilização de radiações ionizantes, de manipulação e contaminação radioativa ou por preparação de quimioterápicos.

As opções políticas de gestão de recursos devem beneficiar a sustentabilidade. No entanto, a valorização do capital humano é crucial para a eficiência dos sistemas de saúde. Os TSDT constituem uma nossa pequena expressão orçamental, irrelevante, quando no outro prato da balança pesa a mais valia da prática clínica, dedicada, experiente, transversalmente conhecedora destes profissionais na promoção da saúde.

Política e mediaticamente silenciosos. Apaixonados pela vontade de resolver, de apresentar soluções, de estudar, de escrutinar todas as possibilidades diagnósticas, para aumentar o leque terapêutico. Continuarão a desempenhar o seu trabalho com a dedicação, o brio e o empenho que a missão exige. Mesmo sabendo que muitas questões, não chegam com a clareza da prática, aos vários patamares de juízo, e por isso se somam muitas injustiças, passíveis de corrigir.

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Esquerda Saúde 3

Já saiu a revista Esquerda Saúde nº 3

17 de November

A edição de novembro de 2022 já está disponível online. Em destaque, a crise do SNS e a falta de respostas do Governo. Leia aqui a revista em formato pdf.

Editorial: Verão quente na Saúde

17 de November

Mudarão as políticas de saúde em Portugal? Não tenhamos grandes ilusões, mais do que mudanças de personalidades, o que conta são as opções políticas. E essas, infelizmente, continuarão idênticas. Editorial de Mário André Macedo.

Negociações sindicais no congelador, enfermagem fora do Orçamento

17 de November

O OE 23 pretende remunerar as primeiras 150 horas extras ao valor atual, apenas majorando após atingir esta marca. Ou seja, os enfermeiros terão de trabalhar 1 mês extra, antes de serem devidamente pagos pelo valor do seu trabalho. Artigo de Luís Mós.

 

A crise do SNS não é um fenómeno estival

17 de November

Foi badalado até à exaustão o fecho de maternidades, as transferências de grávidas, as mortes de mães e de bebés, que produziram suculentas manchetes. Poucas vezes se foi ao fundo da questão e se expôs a verdadeira razão e dimensão dos problemas. Artigo de Tânia Russo.

A minha história de enfermeira na Bélgica

17 de November

Ser independente, ter condições de trabalho vantajosas e possibilidade de progressão na carreira; estas foram as razões pelas quais emigrei para a Bélgica. Após nove anos, ainda cá estou, satisfeita. Esta é a minha história. Artigo de Maria Ribeiro.

Os TSDT e a eterna injustiça na saúde

17 de November

O nosso trabalho vale pouco para quem manda. Quem se senta durante o dia em frente ao Excel, não percebe o valor de trabalhar noite dentro a semear hemoculturas, efetuar uma TAC a um doente com AVC ou realizar um ECG numa sala de reanimação. Artigo de Eloísa Gonçalves Macedo

 

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17 de November

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Ensino médico: da academia à enfermaria

17 de November

Embora nos encontremos num período de inovação e experimentação alargada no ensino médico, onde a voz estudantil parece contar um pouco mais do que há alguns anos, os métodos de avaliação continuam a insistir de modo arcaico no exame de escolha múltipla ou no conjunto de frequências compostas por questões da mesma tipologia. Artigo de Pedro Vilão Silva.

 

Valorização da enfermagem é mais eficiência no SNS

17 de November

A situação global dos Enfermeiros/as é o espelho que reflete o estado da Saúde no nosso país: desinvestida, desmembrada e desmotivada. Artigo de Fernanda Lopes.

 

Desafios para a Gestão do Serviço Nacional de Saúde

17 de November

Os contratos programa devem ser divulgados por todos os profissionais da unidade de saúde para que se sintam envolvidos, para que saibam quais as metas a atingir, quais as estratégias a adoptar e que variáveis- métricas devem ser elencadas para avaliar a qualidade de cuidados prestados. Artigo de Gisela Almeida.

 

Saúde nos Açores, para além do limite

17 de November

Só em maio deste ano, a afluência ao Hospital de Ponta Delgada bateu recordes, com 1.300 pessoas a recorrerem àquela valência em três dias. Artigo de Jessica Pacheco.

O que se passa com os serviços de urgência

4 de September

Não há praticamente nenhum programa de governo para a saúde que não reconheça que há um problema nas urgências. No entanto, aqui estamos, com problemas semelhantes nos serviços de urgência ao longo dos últimos 40 anos. Artigo de Mário André Macedo.