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NATO: A maior e mais letal máquina de guerra

A Cimeira da NATO está marcada para os próximos dias 29 e 30 de junho, em Madrid. A par da resposta à guerra na Ucrânia, discutir-se-á o alargamento da Aliança, a extensão do seu papel e da sua área de influência e intervenção, nomeadamente no que respeita ao Indo-Pacífico. Dossier organizado por Mariana Carneiro.

O secretário-geral da NATO já veio afirmar que a cimeira da organização em Madrid marcará o rumo da Aliança para a próxima década e será “histórica”, ao “repor a dissuasão e a defesa”. Jens Stoltenberg frisou igualmente que será uma “oportunidade importante para reafirmar os valores da NATO”. No que respeita ao Conceito Estratégico, o documento que estabelece as estratégias da Aliança Atlântica nos próximos anos, este definirá “a posição conjunta sobre a Rússia, os desafios emergentes e a China”, e ainda “a associação com a União Europeia, que atingiu níveis sem precedentes”.

A NATO vive um momento de marcada revitalização, como consequência da invasão da Ucrânia por parte da Rússia. A maior e mais letal máquina de guerra do mundo tem vindo a reforçar a sua presença e segue um caminho de notória expansão, cavalgando a aparente amnésia sobre as consequências da sua política imperialista e das incursões belicistas por si protagonizadas. Perante a escalada de tensão, o aprofundamento da militarização e a corrida ao armamento, e a tendência marcadamente expansionista da NATO, são várias as vozes que alertam para a perigosidade desta organização e exortam à luta pela Paz, pelo desarmamento e pelo desmantelamento de alianças militares agressivas como a Aliança Atlântica.

Neste dossier, José Gusmão, Gilbert Achcar, Luís Fazenda, Étienne Balibar, Silvia Federici, Michael Löwy e Marcello Musto, Anuradha Chenoy, José Manuel Pureza, Michael Klare, Vijay Prashad e Daniele Ganser traçam-nos um retrato do que é a NATO, explicam-nos o que estará em cima da mesa na Cimeira dos próximos dias 29 e 30 de junho e alertam-nos para os perigos que o mundo enfrenta mediante o reforço do poder e da presença da Aliança Atlântica.

Sobre o/a autor(a)

Socióloga do Trabalho, especialista em Direito do Trabalho. Mestranda em História Contemporânea.
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Neste dossier:

NATO: A maior e mais letal máquina de guerra

A Cimeira da NATO está marcada para os próximos dias 29 e 30 de junho, em Madrid. A par da resposta à guerra na Ucrânia, discutir-se-á o alargamento da Aliança, a extensão do seu papel e da sua área de influência e intervenção, nomeadamente no que respeita ao Indo-Pacífico. Dossier organizado por Mariana Carneiro.

Combater a NATO em tempos de cólera

A condenação inequívoca e consequente da agressão militar à Ucrânia inscreve-se no mesmo compromisso com a paz que nos leva a combater o branqueamento, alargamento e submissão nacional e europeia à NATO, mesmo em circunstâncias muito mais difíceis. Por José Gusmão.

NATO: de mal a pior

É urgente reconstruir um movimento global de paz que se oponha a todas as alianças militares e aos contínuos aumentos maciços nos orçamentos de defesa. Por Gilbert Achcar.

NATO, a caminho do Mar da China

A luta pela Paz é inseparável da luta pelo desarmamento e pelo desmantelamento de alianças militares agressivas. Sabemos que isso significa fazer recuar o imperialismo, ou seja, o poder de um ou mais países, poder militar, económico e político que domina terceiros países. Por Luís Fazenda.

As origens da guerra, o papel da NATO e os cenários futuros na Ucrânia

Nesta mesa-redonda com três conhecidos académicos da tradição marxista, Étienne Balibar, Silvia Federici e Michael Löwy, Marcello Musto questiona as posições da esquerda face à invasão da Ucrânia, o papel da NATO e as perspetivas de paz.

A NATO volta a focar-se no Indo-Pacífico

A agenda da NATO para 2030 é estender o seu “alcance global”. A prioridade é o Indo-Pacífico, que agora faz formalmente parte da agenda. O alvo principal é a China, enquanto o alvo secundário é a Rússia, que a NATO acredita estar em apuros, tratando-a como tal. Por Anuradha Chenoy.

NATO: a defesa coletiva como cobertura da hegemonia

Graças à invasão da Ucrânia e da guerra subsequente, a organização a que, há poucos meses, fora diagnosticada morte cerebral ganha um elan totalmente imprevisto e um espaço de radicalização do seu conceito estratégico que a cimeira de Madrid consagrará sem rebuço e sem reservas. Por José Manuel Pureza.

Seria uma guerra “fria” a melhor notícia?

A história sugere que a geopolítica global raramente termina pacificamente. Dadas as circunstâncias, uma nova guerra fria – com as forças armadas em grande parte congeladas – pode ser uma boa notícia e isso é o mais deprimente possível. Por Michael Klare.

A ascensão da NATO em África

A ansiedade com a expansão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) em direção à fronteira russa é uma das causas da atual guerra na Ucrânia. Mas esta não é a única tentativa de expansão da NATO. Por Vijay Prashad.

Terrorismo na Europa Ocidental: Uma Abordagem aos Exércitos Secretos da NATO

A existência desses exércitos clandestinos da NATO permaneceu um segredo bem guardado durante a Guerra Fria até 1990, quando a primeira filial da rede foi descoberta em Itália. Tinha o nome de código “Gladio”, a palavra latina para um espada curta de dois gumes. Por Daniele Ganser.