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O esquecimento da ilha das Flores

Após a última ida do Secretário Regional da Agricultura e Desenvolvimento Rural à ilha das Flores, a vida, por lá, mudou substancialmente. E mudou para pior. É a segunda vez que as idas de membros do Governo Regional instalam a incerteza nas Flores.

A ida do Sr. Secretário e a tentativa de aliciamento aos produtores de leite resultou no pânico, na incerteza e no possível encerramento da Cooperativa Ocidental.

A ilha das Flores tem todos os problemas das ilhas mais pequenas: despovoamento, população envelhecida, desemprego, dificuldade no acesso à saúde, entre outras. A isto tudo acresce a sua periferia dentro da ultraperiferia.

O que nós temos assistido é que se continua a tratar igual o que é diferente!

A Cooperativa Ocidental é a maior unidade fabril do grupo ocidental, sendo fundamental ao desenvolvimento socioeconómico e, ainda, cultural. Ao momento emprega 17 pessoas, fora os postos de trabalho que cria de forma indireta.

É de salientar que esta cooperativa exporta parte substancial dos seus produtos para a América do Norte, continente e para algumas ilhas, desta região.

Mas, voltando ao cerne da questão. No passado mês de fevereiro, deslocou-se, o Sr. Secretário, António Ventura, para colocar a possibilidade de a produção de leite ser substituída pela fileira da carne.

Após as suas declarações à RTP Açores gerou-se um frenesim nas Flores. É normal que quando se ouça semelhantes declarações se gerem dúvidas.

“É preferível para o Governante que a produção leiteira na ilha termine de vez.”, este é um excerto da peça do Telejornal de 26 de fevereiro relativa a este assunto.

Quem, numa ilha como as Flores, ouve isto e não se irrequieta? Quem não reage?

Reagiram as e os residentes nas Flores. O problema é que o Sr. Secretário poderá mesmo ter tirado qualquer oportunidade a esta cooperativa, pois fornecedores e clientes poderão ter reações que não abonem a favor desta cooperativa e, portanto, prejudiciais à ilha.

É a segunda vez que as idas de membros do Governo instalam a incerteza nas Flores.

Ainda não esquecemos a intenção de cortar nas verbas à reconstrução do porto comercial das Lajes das Flores e já nos encontramos perante a possibilidade de fechar um empregador que levará ao aumento do desemprego.

Agora é comparar o que tem sido feito, e ainda bem, para o Corvo e aquilo que não tem sido feito para as Flores.

Sobre o/a autor(a)

Deputada do Bloco de Esquerda na Assembleia Regional dos Açores. Licenciada em Educação. Ativista pelos Direitos dos Animais. Coordenadora do Bloco da Ilha Terceira
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