Beatriz Realinho

Beatriz Realinho

Licenciada em Ciência Política e Relações Internacionais. Ativista política e das causas LGBTQIAP+, ambientais e feministas. Autora do podcast “2 Feministas 1 Patriarcado”

O serviço doméstico não se encontra enquadrado pelo Código do Trabalho, mas sim por uma lei própria de 1992, onde se permitia salário abaixo do salário mínimo, menos dias de férias, ausência de feriados ou folgas, limites de horários maiores, desproteção no despedimento.

Somos herdeiras do caráter político e contestatório da Revolta de Stonewall, momento que simbolizou a resposta coletiva à repressão. Onde as nossas vivências individuais deram lugar ao reconhecimento de uma experiência coletiva de opressão, mas também de luta e de resistência.

A organização de extrema-direita Habeas Corpus ameaça de intimidação a Marcha do Orgulho de Castelo Branco. Não se pode deixar que grupos com uma agenda de ódio ameacem estes espaços. Nesse dia, estamos mobilizadas e saímos à rua na luta contra o conservadorismo.

Nos últimos meses temos visto imagens divulgadas por Israel de militares com a bandeira arco-íris com mensagens a dizer “em nome do amor”, com o único propósito de ocultar a limpeza étnica do povo palestino.

O Estado Espanhol, a Irlanda e a Noruega já reconheceram o Estado da Palestina e estudantes por todo o mundo acampam pelo cessar-fogo. Ao Governo português perguntamos: está à espera do quê?

Em Portugal, após o 25 de Abril consagraram-se pilares públicos da democracia e do Estado Social. Porém, o Direito ao Cuidado ficou de fora da equação, estendendo-se para o trabalho doméstico dentro das famílias, não sendo regulado nem pelo Estado nem pelo mercado.

O distrito da Guarda não tem nenhum deputado eleito pelo Bloco de Esquerda e sabendo das dificuldades de tal não baixamos os braços. Apresentamos um programa com propostas que acreditamos serem centrais para os próximos anos, colocando as pessoas no centro.

Atualmente enfrentamos um conjunto de crises que se foram agravando: a emergência climática continua a intensificar-se, a crise do custo de vida tem aumentado, num país onde os salários continuam baixos e onde querer uma casa para viver mais parece uma ousadia.

Mamadou Ba merece toda a nossa solidariedade, onde com ela denunciamos também a perseguição política da qual tem sido alvo. Esta decisão do tribunal significa a criminalização do antirracismo.

Damos o espaço público como garantido, e, por isso, não o reivindicamos, até nos darmos conta que este começa a desaparecer enquanto espaço de mobilidade e partilha entre os corpos que nele habitam (ou querem habitar).