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2021, o ano em revista

2021 está a terminar. A pandemia marcou o ano, pelos riscos imediatos para a saúde, a vida humana e a economia. As alterações climáticas são o grande risco para o planeta, mas as medidas de combate continuam a ser adiadas. Mas o ano foi feito de vários outros acontecimentos que também lembramos.

Neste dossier, assinalamos que 2021 foi o ano do assalto ao Capitólio e o primeiro da presidência Biden dos EUA. A perseguição e criminalização de migrantes manteve-se a regra. E a ómicron está a tornar mais claro que o fim da pandemia exige a rápida vacinação global e o levantamento das patentes.

Em Portugal, o papel do SNS mostra-se decisivo e a lei de Bases da Saúde essencial, mas falta concretizá-la e o Governo tem sido um travão. No setor da energia, com uma crise europeia a fazer aumentar os preços, 2021 foi o ano em que se mantiveram as rendas excessivas da EDP, os "lucros caídos do céu" das eólicas" e os dividendos para acionistas e as remunerações para administradores mas não para os trabalhadores.

Outros artigos destacam eventos importantes no mundo: Cuba: ano foi marcado pela manifestação de 11 de julho; Afeganistão: retirada dos EUA e regresso dos talibãs; Polónia e Hungria: mais um ano de ultraconservadorismo no seio da Europa.

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Neste dossier:

2021, o ano em revista

2021 está a terminar. A pandemia marcou o ano, pelos riscos imediatos para a saúde, a vida humana e a economia. As alterações climáticas são o grande risco para o planeta, mas as medidas de combate continuam a ser adiadas. Mas o ano foi feito de vários outros acontecimentos que também lembramos.

António Mexia, Manuel Pinho, José Sócrates e Nunes Correia, então ministro do Ambiente,  durante a cerimónia de apresentação da Barragem de Ribeiradio, em Couto de Esteves, Sever do Vouga, 20 de Fevereiro de 2009. Foto de JOÃO ABREU MIRANDA/LUSA

Um ano entre a borla fiscal nas barragens e os lucros caídos do céu

As águas das barragens foram propícias para os lucros da EDP, houve bons ventos para manter os “lucros caídos do céu” das eólicas e as remunerações de administradores e dividendos de acionistas também estiveram em alta. Com preços da energia a subir e salários estagnados, quem perdeu foram consumidores e trabalhadores.

Invasão do Capitólio. Foto de Tyler Merbler/Flickr.

O ano do assalto ao Capitólio

Nos EUA, a sede do poder legislativo foi invadida em janeiro por apoiantes de Trump que tentavam impedir a certificação da vitória de Biden. O rescaldo do caso que causou cinco mortes ocupou todo o ano. Desde a razão pela qual isto foi possível até às ligações perigosas da equipa de Trump com os manifestantes.

Biden no Porto de Baltimore. Foto de Maryland GovPics/Flickr.

Biden, ano um

Veio trazer a América de volta ao palco internacional e ditou que a disputa com a China era desígnio da Nato. Reverteu medidas emblemáticas de Trump, propôs imposto mínimo para multinacionais, um pacote de estímulos que fez alguns sonhar com o fim do neoliberalismo, enfrentou a maior vaga grevista dos últimos anos e o caso Assange.

Migração em 2021: Desumanização e crise sanitária

Em 2021, o Mediterrâneo continuou a ser um “cemitério sombrio sem lápides”. A solidariedade europeia não passou de uma declaração de intenções e a perseguição e criminalização de migrantes e de quem os auxilia foi a regra.

Omicron e outras variantes da SARS-CoV2 – imagem da wikipedia

Ómicron, vacinas e patentes

Dois anos após o início da covid-19, as vacinas têm sido o sucesso no combate à doença. A ómicron mostra a necessidade das vacinas chegarem a todo o mundo. O fim da pandemia exige a rápida vacinação global e o levantamento das patentes, impostas pelas grandes farmacêuticas, protegidas pelos países ricos.

Salvar o Serviço Nacional de Saúde

SNS: crescentes protestos de profissionais de saúde

Esta onda de indignação está diretamente relacionada com a resposta do Governo, ou falta dela, à situação e às necessidades do SNS. A lei de Bases da Saúde, proposta por Arnaut e Semedo e aprovada em 2017 é essencial, mas falta concretizá-la e o Governo tem sido um travão à aplicação.

O 11 de julho de 2021 ficará marcado na História de Cuba como o dia em que o povo dos bairros mais pobres saiu às ruas em protesto contra o governo - Foto publicada por Dean Luis Reyes/Facebook

Cuba: ano foi marcado pela manifestação de 11 de julho

Crise económica, falta de alimentos e perda do poder de compra levou o povo às ruas em protesto. Governo reagiu com a repressão, acusando todos os que se manifestaram de serem contrarrevolucionários e mercenários. Por Luis Leiria.

Afeganistão: Retirada dos EUA e regresso dos talibãs

Vinte anos após os ataques do 11 de setembro que deram o pretexto à intervenção norte-americana no Afeganistão, os talibãs demoraram poucas semanas a reconquistar o poder.

O Secretário Geral da NATO, Jens Stoltenberg, com o Primeiro-Ministro da Hungria, Viktor Orban, e Presidente da Polónia, Andrzej Duda, em 2016. Foto da Nato/Flickr.

Polónia e Hungria: mais um ano de ultraconservadorismo no seio da Europa

Os dois países são governados pela extrema-direita. Neles, continuam em causa direitos dos migrantes, da população LGBT+, das mulheres e avançam a manipulação da justiça, a censura e as campanhas ideológicas para reescrever a história.