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Despedimentos na Altice

Neste dossier, publicamos uma entrevista com Rui Moreira da CT da MEO, que afirma que a “Decisão do despedimento colectivo é inqualificável” e denuncia que no dia em que trabalhadores recebiam carta de despedimento noticiava-se “que a Altice estava a integrar 1100 pessoas para uma outra empresa do grupo”, só que trabalhadores precários, com contrato a prazo. Rui Moreira alerta que “um Governo responsável não pode permitir-se” a um despedimento de milhares de trabalhadores.
O deputado bloquista José Soeiro afirma que “é preciso parar mais esta manobra”, alertando que “o Governo não pode fingir que não vê o que se passa, que o despedimento não pode ser autorizado e tem de ser travado. “Este anúncio foi um insulto ao país, uma declaração de guerra aos trabalhadores e uma ofensa à lei” é como qualifica o deputado bloquista, contando testemunhos de da brutalidade das ameaças, das humilhações e da tortura psicológica.
Em “O que a Altice vai liderando”, Carvalho da Silva salienta que a operadora anunciou que no ano I da pandemia passou a liderar o serviço de televisão por subscrição e as suas receitas cresceram para 2.121,2 milhões de euros. O antigo secretário-geral da CGTP sublinha que a Altice anunciou o primeiro despedimento coletivo na história da "PT" e aponta: “Há que travar estas práticas atentatórias do interesse nacional e das leis, impostas sem ética ou réstia de responsabilidade social”.
“Subcontratar para precarizar, não foi a Altice que inventou” destaca que o caso Altice “revela uma estratégia que tem sido sistematicamente seguida nas últimas décadas, em particular nas grandes empresas: substituição de trabalho com direitos por trabalho precário e com baixos salários, com recurso ao falso outsourcing”. O artigo dá o exemplo do que se passa atualmente na banca e o “gueto laboral” que o Estado está a promover em setores como vigilância e limpezas industriais. E, sublinha que esta estratégia é uma fraude à lei, uma vez que não há verdadeira extinção de postos trabalho.
“Lucros a crescer com saídas em massa” e “Do ‘método Altice’ ao despedimento coletivo” abordam os métodos, objetivos e práticas da multinacional. A gestão da empresa tem sido marcada, desde o início, pela vontade de esvaziar a antiga PT tanto de trabalhadores como de património, “usando-a para financiar os lucros do grupo internacional”, os casos citados que exemplificam esta prática são diversos e significativos. O esvaziamento de trabalhadores visa sempre promover a redução de trabalhadores, o outsourcing e a precarização. O líder do grupo internacional, Patrick Drahi, é a terceira pessoa mais rica de França e “não gosta de pagar salários à grande massa de trabalhadores, mas paga principescamente aos seus homens de grande confiança.”
“Da privatização à destruição por Zeinal e Salgado”, relembra a história da destruição da PT, a maior empresa portuguesa. Os 29 governantes que passaram pela PT/Altice recorda as ligações entre a administração da PT e ex-governantes destacando que se trata de “um dos mais expressivos casos de portas-giratórias entre o poder político e o poder económico”.
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