Socióloga. Membro da comissão política do Bloco de Esquerda. Deputada na legislatura de 2002-2005, no regime de rotatividade, foi eleita em 2005 e reeleita em 2009. Renunciou ao mandato de deputada, por razões pessoais, a partir de 31 de agosto de 2013.
Não há forma subtil ou elegante de o dizer de outra maneira: creio que as televisões privadas têm hoje um profundo enviesamento à direita, quer no alinhamento e escolha dos temas, quer na maioria do comentário em emissão.
O Governo insiste em fabricar novos desempregados, novos pobres, empresas falidas, jovens sem futuro. Mas para a banca o Governo enviou, com açúcar, com afeto, 5.600 milhões de euros. Mais do que os 4 mil milhões que dizem agora ser imperativo cortar.
Perante o acórdão do Tribunal Constitucional, o Governo amuou, Passos Coelho ameaçou, Miguel Relvas demitiu-se mas continuou Ministro, e Vitor Gaspar resolveu vingar-se da administração pública. A semana política fica marcada pela imagem de um Governo embrulhado na crise política e social que semeou.
Os episódios que compõem o processo guiado pelo governo nesta história dava um Manual: “como fazer truques orçamentais e negócios ruinosos para o interesse público em meia dúzia de lições”. Autoria: Pedro Passos Coelho, Vítor Gaspar e Álvaro Santos Pereira.
Talvez o primeiro-ministro entenda que gastos com prestações sociais, investimento na educação e gastos de saúde são má despesa pública. Talvez pense que devíamos gastar tudo em rotundas, submarinos e estoirar fundos comunitários na formação de centenas de trabalhadores de aeródromos que não operam.
O Orçamento que o Governo apresentou à AR, ou melhor, o que pelo menos uma parte do Governo apresentou, não pode ser cumprido. Todos os ministros sabem que nenhuma previsão bate certo. É um Orçamento de Estado suicidário, apresentado por um governo a prazo.
Não são os gregos que ameaçam o euro. A ameaça ao euro é a intransigência de Merkel e dos seus clones, ao impor o sacrifício coletivo dos povos europeus para proteger os ativos do sistema financeiro.