Carlos Carujo

Carlos Carujo

Professor.

A NATO vem a Lisboa discutir. Discutirá tudo menos a sua base real, a política guerreira ao serviço dos interesses dos governos dos EUA.

No lugar da ausência de cartazes cola-se a demagogia e o populismo fácil de quem tem a vantagem do seu lado.

A pequena boa nova foi anunciada como um exemplo das capacidades do país: Portugal vai entrar, enquanto membro não permanente, para o Conselho de Segurança da ONU.

Não há planos económicos milagrosos para conter a crise: só a luta social contra a ditadura dos mercados pode colocar um ponto final na espiral austera.

Em política muitas escolhas disfarçam-se de inevitabilidades para melhor impor a sua autoridade. Agora dizem que tem de ser assim porque querem construir uma fábrica de cimento às portas da cidade de Rio Maior...

O jogo político deste início de Verão é o da revisão constitucional. E parece enfadonho porque exibe uma pseudo-evidência...

É sem grande surpresa que o PS volta a usar o trunfo que guarda sempre na manga. Depois de governar à direita dramatiza à esquerda utilizando a ameaça do regresso ao poder da direita encartada.

Depois do abalo sísmico e do choque mediático fica a paisagem chocante do capitalismo selvagem disfarçado de boas intenções.

A era da ânsia do lucro predatório inclui certamente como ingrediente o poder das empresas multinacionais regado a petróleo.

Há um ultra-conservadorismo nacional que veste desconfortavelmente uma capa liberal.