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Aeroporto em Tancos, primeira medida: parar para pensar!
Ficámos recentemente a saber que a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo aprovou por unanimidade realizar um estudo sobre a viabilidade de um aeroporto em Tancos e aprovou uma Moção, a enviar aos órgãos de soberania sobre o mesmo assunto. Os/as presidentes de Câmara estão de acordo e querem um aeroporto na sua área de intervenção.
O debate sobre aeroportos no nosso país tem mais de 50 anos, já soma muitos milhões em estudos e contra-estudos e chegamos ao ano 20 do século XXI com uma decisão sobre um aeroporto a localizar no Montijo que não corresponde aos interesses do país, não responderá a curto prazo às necessidades e é um enorme atentado ambiental. Não será difícil perceber porquê – basta ver como serve, qual luva feita à medida, os interesses da Vinci Airports, proprietária da ANA. Ainda tenho esperança que este processo seja revertido.
Quando em 2007 o país debateu a questão de um novo aeroporto e rejeitou a localização na Ota verificou-se um consenso alargado na sua localização em Alcochete, o que permitiria a sua construção por fases, assim como a sua gradual deslocação, libertando Lisboa do aeroporto com os benefícios em termos de ambiente, ruído e segurança.
Mas tudo mudou, de repente, por obra e graça da empresa que ganhou a privatização da ANA.
Assim, também de repente, começam a surgir aeroportos em vários pontos do país. Em Monte Real e vemos os autarcas unidos a reivindicar, em Beja a situação repete-se, exactamente como no Médio Tejo, para não falar do ridículo de quem admite um aeroporto em Pias Longas, em plena Serra D’ Aire…
Portugal precisa de um aeroporto com todas as condições, que substitua o aeroporto de Lisboa, não tenho dúvidas. Mas precisa de mais aeroportos regionais?
Num momento em que em muitos países se debate a necessidade de acabar com as viagens aéreas internas, aqui discute-se aeroportos regionais… Falamos de adaptação às alterações climáticas, mas não levamos o assunto a sério. Falamos de aposta na ferrovia, mas queremos aviões.
Gostava de ver os Presidentes de Câmara do Médio Tejo a reivindicar mais comboios, rápidos e confortáveis para Lisboa, que seriam uma óptima forma de atrair população para os seus concelhos. Como teria gostado de os ver a reivindicar o passe social para essas viagens de comboio.
É tempo de parar para pensar e encontrar outras estratégias, que as há, para apostar no desenvolvimento das nossas terras e deixar de pensar que a solução mágica está num aeroporto.
Artigo publicado em mediotejo.net
Comments
Um futuro aeroporto em Tancos
Um futuro aeroporto em Tancos custaria apenas um "armazém" adaptado para servir de gare para as Low cost e bastaria por um mini bus a fazer a ligação pendular com a estação ferroviária do entroncamento (menos de 15 minutos ) para ligar a linha do norte e ao nivel rodoviário há um nó de autoestrada a menos de 2 minutos ficando de carro Abrantes a 15 minutos,Tomar a 20 minutos, Fátima a meia hora, Santarém e leiria a menos de 45 minutos , Coimbra e Caldas da rainha a uma hora, Figueira da Foz e Lisboa a menos de uma hora e meia …..Um investimento irrisório, que traria desenvolvimento para fora de Lisboa e Porto e iria aliviar o congestionado aeroporto de lisboa deslocalizando parte das low cost para fora de lisboa dando-lhes espaço aéreo e logística barata para operar ….uma opção barata , rápida e sem impactos ambientais alem dos já existentes .
"O debate sobre aeroportos no
"O debate sobre aeroportos no nosso país tem mais de 50 anos, já soma muitos milhões em estudos e contra-estudos e chegamos ao ano 20 do século XXI com uma decisão sobre um aeroporto a localizar no Montijo que não corresponde aos interesses do país, não responderá a curto prazo às necessidades e é um enorme atentado ambiental. Não será difícil perceber porquê – basta ver como serve, qual luva feita à medida, os interesses da Vinci Airports, proprietária da ANA. Ainda tenho esperança que este processo seja revertido." Neste paragrafo Helena Pinto resume bem esta tendência bem portuguesa adoptada pelo "arco do poder" no que toca a decisões de vulto e estruturais. E porquê? Por deficit democrático. A discussão de décadas tem sido feita pelas elites lisboetas a pensarem para lisboa. Num pais tão pequeno mas tão desiquilibrado, nunca o país todo é chamado a pronunciar-se. Se o pais fosse chamado a essa (e outras) decisão ter-se-ia chegado a uma solução que verdadeiramente serviria o pais. Sem prejuízo de outra soluções, deixem-me avançar com a "minha": Localização em Leiria /Fátima. Aproveitando um fluxo do turismo religioso, garantiria à partida uma certa rentabilidade. Com uma ligação ferroviária à linha do norte e com comboios diretos a lisboa , conseguia-se assim desanuviar muito o tráfego para a portela. Com uma estrutura modular, pequena no início, traria àquela região um desenvolvimento que se estenderia a toda a beira baixa. Mas isto era se não se tivesse construído um aeroporto fantasma em beja, cujo futuro só faz sentido com uma ligação ferroviária rápida a lisboa. Só que isso não interessa à Vinci. Digo eu que sou apenas um eletricista em fim de carreira, também me chamo Jesus, e não tenho biblioteca(apenas alguns livros).
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