Amit Singh

Amit Singh

Investigador no Centro para o Estudo das Línguas e Sociedade Indianas e doutorando no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra.

A reinvenção da "nacionalidade" e da "religião" é o principal objetivo do nacionalismo cultural hindu – que tem vindo a aumentar desde que Narendra Modi se tornou primeiro-ministro. Modi está a mudar a crença fundadora da Índia ao substituir o pluralismo religioso pela homogeneidade hindu – sob a bandeira do nacionalismo Hindutva. Artigo de Amit Singh.

A pandemia da covid-19 pode ter redefinido a “ideia de normalidade” para os privilegiados, mas para os excluídos, marginalizados e discriminados da Índia o dia a dia já era de exceção.

O lockdown indiano mostrou ser uma ferramenta de opressão – em que a normalização da violência e do ódio contra trabalhadores migrantes e muçulmanos se tornam o novo normal.

Há uma certa variedade na forma como as nações têm dado resposta ao coronavírus. Na Índia, as respostas têm consistido em pura islamofobia, como testemunha o termo “corona-jihad”. No Estado de Kerala vemos uma resposta muito distinta e mais humana.

O governo Modi está a criar uma cultura de agressão aos muçulmanos, usando todos os instrumentos legais para lhes retirar a cidadania, lançando violência planeada como no caso do genocídio Deli-2020. São desenvolvimentos alarmantes para quem acredita que a Índia deve ser secular, religiosamente plural e tolerante. Por Amit Singh.

Sob o governo do primeiro ministro nacionalista hindu, Narendra Modi, líder da extrema direita do BJP, a Índia tem passado gradualmente de uma democracia vibrante para um estado teocrático.