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Juventude assume a luta pela Justiça Climática

A grande novidade de 2019 no combate ao maior drama da humanidade, foi o surgimento de um forte movimento juvenil exigindo Justiça climática e reivindicando outras políticas para enfrentar a crise climática.
Grande novidade de 2019 foi o surgimento a nível mundial de um forte movimento juvenil exigindo Justiça climática
Grande novidade de 2019 foi o surgimento a nível mundial de um forte movimento juvenil exigindo Justiça climática

Nesse movimento, igualmente significativa foi a afirmação da jovem Greta Thunberg, como um símbolo de luta pela emergência climática.

Desde o início do ano, a ação da juventude estudantil começou a manifestar-se. Em janeiro, jovens estudantes fizeram greve na Suíça e ampliaram o alerta: “There is no planet B” (“não há planeta B”). Estas ações estenderam-se a mais de uma dezena de países, incluindo Reino Unido e Alemanha, logo nos dois primeiros meses do ano.

A 15 de março de 2019 realizou-se a primeira greve climática estudantil internacional, em mais de 50 países, incluindo Portugal.

Em 24 de maio, nova greve climática internacional abrangeu, desta vez, mais de cem países.

Em setembro, viria a ter lugar uma semana de mobilização internacional, assinalando a Cimeira da ONU sobre as alterações climáticas convocada por António Guterres. A 21 de setembro centenas de milhares de pessoas manifestaram-se por todo o mundo e a 27 de setembro nova ação mundial, teve iniciativas em mais de 170 países e 7.000 cidades. Greta Thunberg destacou então que na Nova Zelândia 170 mil estudantes, cerca de 3,5% da população, realizavam a maior manifestação de sempre. Em novembro de 2019, nova greve climática internacional, a quarta realizada em Portugal, assinalava a realização da COP25 em Madrid, em dezembro.

Na 25ª Conferência das partes à Convenção quadro das Nações Unidas sobre as alterações climáticas (COP25), que teve lugar em Madrid em dezembro, “os líderes mundiais fizeram promessas, mas não se comprometeram com nada”, como criticou Catarina Martins.

No dossier do esquerda.net Mobilização pelo clima rumo à COP25 assinalámos que 25 anos após a primeira COP, realizada no Rio de Janeiro, os cientistas já alertaram que dificilmente será possível evitar um aquecimento da temperatura média global acima das metas traçadas até ao final do século, o que coloca um cenário de destruição anunciada. A COP25 não mudou este quadro, apesar de o movimento pela Justiça Climática ter ganho força em 2019.

Greta Thunberg afirmou-se como símbolo da luta contra as alterações climáticas, pelo que foi duramente atacada pela extrema-direita, pelo lóbi dos combustíveis fósseis e por Trump e Bolsonaro. Este chamou-lhe “pirralha” e insultou-a por ela ter denunciado o massacre de índios: “Os povos indígenas estão literalmente a ser assassinados por tentarem proteger a floresta da desflorestação ilegal. Repetidamente. É vergonhoso que o mundo permaneça calado em relação a isto.”, acusou a jovem sueca, que já tinha respondido a uma referência de Trump, responderia ao insulto de Bolsonaro, mudando a sua descrição no twitter.

No encerramento da Marcha pelo clima em Madrid, Greta Thunberg afirmaria: “A mudança de que precisamos não virá das pessoas que ocupam neste momento o poder. A mudança virá das massas, das pessoas que exigem ação. Somos nós que vamos trazer a mudança”.

(...)

Neste dossier:

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