Andreia Galvão

Andreia Galvão

Atriz, ocasional jornalista freelancer. Membro da Comissão Política do Bloco de Esquerda.

Na grande manifestação convocada pela Vida Justa, mais de 5000 pessoas desceram a Avenida da Liberdade num espírito abrileiro e festivo. Não nos descansa o sucesso desta manifestação. Mostra-nos que não está nada perdido e que temos muita gente a contar connosco. Não as podemos desapontar.

A nossa sociedade existe e persiste porque somos interdependentes, porque não nos bastamos sozinhos. O trabalho de agora é reerguer esse reconhecimento, a que alguns chama comunidade, outros chamam país, outros chamam civilização.

As derrotas sucessivas da esquerda e a impotência política aparente faz-nos crer que não há projeto de futuro socialista, de distribuição e diversidade, de combate às alterações climáticas. Precisamos de um rompimento. É esse que tem de ser tornado inevitável.

O movimento climático tem sido um dos mais ativos na contestação do sistema económico vigente. Radicalizar é a palavra de ordem neste campo. Por Andreia Galvão.

O movimento climático mainstream reconhece que instrumentalizamos e capitalizamos absolutamente a nossa relação com o meio ambiente. No entanto, falha ainda em reconhecer a instrumentalização de pessoas que se banalizou através dos sistemas coloniais.

A radicalidade do aventureirismo solitário não integra a atual situação da luta de classes na nossa sociedade. O fascínio pelas soluções fáceis é contrastado pela aridez da realidade: afinal, para construir força social é mesmo preciso trilhar caminho. Por Andreia Galvão.

O movimento da negritude deve delinear lições importantes para as movimentações antirracistas na atualidade, desde a necessidade e possibilidade de unidade para a luta política, como a importância da natureza das relações sobre os quais estes laços sociais e de luta se estabelecem.

A menos de duas semanas das eleições presidenciais, a vitória, que se adivinhava disputada, passou a ser tomada como garantida. A Guerra na Ucrânia atirou a direita francesa para os braços de Macron, o estadista, que não recusou o convite. Num tempo em que a imigração é pauta fundamental, qual a visão dos candidatos ao Palácio do Eliseu?

Porque não foi e não é estendida a mesma solidariedade a todas as vítimas de guerra, às que morrem no Mediterrâneo, às que são impedidas de encontrar refúgio em solo europeu, às que sofreram as guerras pelo petróleo, pelos interesses económicos das elites.

A direita europeia muitas vezes não se opõe diretamente a nenhuma etnia nem usa tão flagrantemente um discurso xenófobo, mas utiliza um discurso que apela à manutenção da identidade nacional.