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Caro PS, é tempo de fazer escolhas!
A Maternidade Alfredo da Costa fecha a urgência no Natal. Os hospitais explodem com o aproximar-se do inverno: dezenas de doentes pelos corredores das urgências, tempos de espera inaceitáveis, internamentos sobrelotados. Demitem-se diretores clínicos e chefes de serviço por todo o país. Há listas de espera para cirurgia e consultas de especialidade a atingir 1 ano. Neste mesmo tempo histórico crescem na vertical vários edifícios em Lisboa: são futuros hospitais privados. Vale sempre a pena recordar as palavras de Isabel Vaz, administradora da Luz Saúde: “melhor negócio do que a saúde só mesmo a indústria do armamento”.
Achar que estas duas realidades contrastantes nada têm a ver uma com a outra está ao nível de acreditar que a Terra é plana. O negócio privado da saúde cresce porque claudica o SNS. A receita é simples: subfinancia-se o SNS, deixam-se degradar as condições materiais e humanas dos serviços para diminuir a capacidade de resposta e obrigar o Estado a estabelecer convenções com os privados. Paga o contribuinte as convenções que ajudam os privados a investir cada vez mais e a “captar” o bem mais preciosos do SNS: os seus profissionais. E sem estes agrava-se ainda mais a resposta do SNS que precisa cada vez mais dos acordos e convenções que engordam cada vez mais o privado. A uma relação destas chama-se predação e não cooperação.
É por isso inimaginável que numa relação de predação tão bem sucedida, haja alguém no seu prefeito juízo que advogue que a presa se sacrifique ainda mais em favor do predador. Assim são as propostas de lei de bases da saúde da direita: mais privado. Pior ainda, segundo o PSD, o Estado deve “incentivar” que haja mais privado. O PSD é como um som estridente numa ressaca, não basta a dor de cabeça ainda temos que suportar aquele som fininho a colocar-nos ainda mais para baixo.
As propostas da direita estão imbuídas de uma dupla hipocrisia. A primeira é falarem em “cooperação” entre dois setores que estão em clara concorrência. A concorrência é aliás familiar à direita: a atual lei de bases aprovada pelo PSD e CDS é bem explícita ao definir o setor privado “em concorrência com o sector público”. Trinta anos depois de nos terem oferecido o privado “concorrencial” que resultou na saída de 40% do orçamento público da saúde para os bolsos dos privados, vêm agora falar em “cooperação”. A segunda hipocrisia é o discurso da “aparente” defesa do SNS. Também não é novidade, sempre que está na oposição, o partido de Cristas bate no peito com o SNS. Como se não tivessem votado contra a criação do SNS, como se não tivessem votado favoravelmente a atual lei de bases, como se não tivessem integrado governos que desestruturaram as carreiras do serviço público, criado e atribuído as “PPP”, subfinanciado anos a fio o SNS, nomeado ministros da saúde vindos da (e depois idos para a) gestão privada na saúde, permitido a saída de milhares de profissionais para o privado, entre outras tropelias.
Está na altura de ser claro e transparente: o setor privado já não precisa de “estímulos” do Estado, está bem de saúde (financeira) e recomenda-se. Mas o SNS precisa de ajuda para sobreviver. E não sobreviverá se continuar a alimentar lucros dos hospitais privados. Precisa de investimento, atenção e dedicação. É essa a escolha que o PS tem de fazer: está com a direita e com o seu projeto de enfraquecimento do SNS ou está com a esquerda e com uma lei de bases que blinde o nosso melhor serviço público da predação dos privados?
Comments
O que diz o Bloco sobre esta
O que diz o Bloco sobre esta política de saúde. Política de destruição do SNS implementada por um governo com apoio do BE. Não vale a pena acenar com a bandeira contra os privados . O maior amigo dos privados têm sido o Governo, destruindo o SNS e obrigando doentes mesmo aqueles com poucos recursos ao recorrer aos privados.
É a vida das pessoas que está em causa!
Vamos ser honestos!
Eu que votei BE sou ou não credor de uma explicação?
“Tribunal de Contas revela que o financiamento do Estado para o Serviço Nacional de Saúde caiu mais de seis por cento entre 2015 e 2017. Uma quebra que fez aumentar 50% a dívida do SNS aos
fornecedores.”
Caro Bruno Maia
Caro Bruno Maia
1. Parte do que escreve tem apoio amplo na sociedade:o PS deve ser responsabilizado pela degradação do SNS que aproveita so a uns - is privados. Mas aponte-se o dedo a quem é responsável : o PS e os que apoiam este governo.
2. Sou utente do SNS e tive que recorrer ao privado para me tratar . Porque no SNS me disseram que tinha consulta marcada para 13 meses e 17 dias depois. É méTribunal de Contas revela que o financiamento do Estado para o Serviço Nacional de Saúde caiu mais de seis por cento entre 2015 e 2017. Uma quebra que fez disparar a dívida do SNS aos fornecedores.dico ...sabe o que isso significa. Eu não sou médico mas penso como todos portugueses e em particular os doentes ou familiares : - não me interessa se quem me trata é um prestador público ou privado. Interessa sim que me trate atempadamente, bem e com menor custo. Se são os privados que o conseguem fazer que se deixem os privados em paz . Para o cidadão e contribuinte o que conta é o serviço prestado e o custo. Se o Governo privilegia reduzir horários dos funcionários do SNS com prejuízo dos doentes e da larga maioria dos portugueses, então é uma questão ideológica isto é o Governo governa para uma corporação para se manter no poder ao serviço desta corporação.
É esta a ideologia do BE?
Os trolls da direita que afia
Os trolls da direita que afia o dente ao bolo do Orçamento para a Saúde andam aí e bem sincronizados. Mas a idade não lhes perdoa. Este "Pernes" que enchia estas caixas de comentários com campanha pró-PàF nas eleições até já se engana no copy paste do post de cima, em que se dizia "Albuquerque" e eleitor arrependido do Bloco, ehehehe! Com estes casos de múltipla personalidade, não há SNS que resista!
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